A Revolução Chinesa



O império chinês já havia mostrado sua debilidade na Guerra do Ópio (contra a Inglaterra) , apesar de manter uma aparência independente. Durante o século XX, ingleses e japoneses continuaram a explorar duramente o povo chinês. A elite dirigente , fraca para combater as grandes potências , preferiu aliar-se a elas , abandonando o povo à sua própria sorte. Diante dessa situação, cresceu na China grande oposição ao governo imperial, que culminou com a proclamação da República por Sun Yat-Sen (fevereiro de 1912). Porém, o governo republicano não conseguiu atenuar a crise pela qual o país passava , nem conseguiu livrá-lo das influências externas. A miséria, a fome e o banditismo eram os principais problemas da China. Com uma das maiores populações do globo , não conseguia dar condições de subsistência ao povo. Foi nesse quadro que apareceu Mao-Tsé-Tung , que abandonou e contestou o modelo soviético e seu esquema socialista de governo. A organização chinesa foi essencialmente agrária , ao contrário da Rússia , onde foi implantado o novo regime a partir dos sovietes. Apoiados pelos camponeses ( a maioria da população), Mao Tsé-Tung , baseado no modelo econômico agrário e na manutenção do PCC (Partido Comunista Chinês) e do EPL (Exército Popular de Libertação), iniciou a luta. A luta foi demorada e se deu em duas frentes: ao mesmo tempo que combatiam as potências imperialistas (principalmente o Japão) , conspiravam a derrubada dos membros da República , corrompidos pelos simpatizantes dos regimes ocidentais capitalistas (governo de Chiang Kai-Shek). Em 1¤ de outubro de 1949 , foi oficialmente proclamada a República Popular da China , após 22 anos de lutas e perseguições. A proclamação da República chinesa representou uma grande vitória para a Rússia , que via suas idéias implantadas num vasto império e território. Os americanos apoiaram a retirada do presidente Chiang Kai-Shek, e ele foi para Formosa , que se tornou a único território chinês democrático capitalistas. Mais tarde , as diferenças entre o modelo soviético (que deu impulso à grandes indústrias, colocando a URSS como potência e que privilegiou as massas) e o modelo chinês (com incentivo agrícola e desenvolvido para atender primeiramente à necessidade de alimentos), aliadas às disputas por causa de fronteiras , provocaram o rompimento da China com a União Soviética. A partir de 1976, a China tem se aproximado cada vez mais do Ocidente , tentando conciliar o comunismo com o espírito de iniciativa dos centros capitalistas , incorporando valores ocidentais. Com a morte de Mao Tsé-Tung em 1976 , assumiu o poder Deng Xiaoping , que implantou uma política reformista. Em 1979 a China reatou relações diplomáticas com os Estamos Unidos. O sistema comunista tradicional foi cedendo lugar a um Partido Comunista menos tradicional, no qual há um grande incentivo ao desenvolvimento econômico : o governo é apoiado pelas forças militares; há privatização de propriedades; a produção é estimulada pela concorrência salarial com o apoio de capital internacional (de procedência norte-americana e japonesa). O objetivo imediato da China passou a ser produção e não mais lutas de classe (kaifang = política de abertura). Em 9 de abril de 1988 assumiu o poder o primeiro-ministro Li Peng , pertencente ao grupo dos tecnocratas mais rígidos e defensores de mudanças mais cautelosas para a abertura do regime comunista. Os patriarcas do regime , na maioria com mais de 60 anos, enxergam a democratização como uma ameaça de desestabilização do país , porque o povo não está preparado para votar e , além do mais, aproximadamente um milhão de chineses têm nenhuma cultura. Estudantes com idéias liberais têm procurado fazer frente ao regime , mas a resposta por parte das autoridades tem sido violenta , como no episódio da Praça da Paz Celestial, quando os tanques e as forças militares massacraram grande número de estudantes. No ano de 1990, o governo começou uma forte campanha publicitária em torno da normatização interna da China. Os acontecimentos do Leste Europeu começaram  a modificar  a face do comunismo no mundo. Entretanto , o governo da China procura um equilíbrio interno, mas continua firme na posição ativa da consciência comunista , incitando as pessoas (por meio de campanhas publicitárias) a voltarem a se chamar de camaradas. De modo geral , há por parte das autoridades uma forte resistência para aceitar os valores importados do Ocidentes , como costumes , cultura e , principalmente , idéias democráticas. O próprio partido DC está dividido em duas alas: a linha dura, conservadora , e a ala liberal , propensa a aceitar mudanças.


O Desemprego


Depois das grandes transformações pelas quais o Brasil passou nos últimos trinta anos, a questão do desemprego continua sendo um dos grandes problemas nacionais. Na agricultura houve a expansão da mecanização em todas as faces - preparo da terra , plantio e colheita-, ocasionando a expulsão de milhares de pessoas , que tomaram o rumo das cidades. Na indústria , a crescente automação das linhas de produção também colocou milhares de pessoas na rua. Para ter uma ideia do que aconteceu nesse setor , basta dizer que, na década de 1980 , para produzir 1,5 milhão de veículos , as montadoras empregavam 140 operários. Hoje , para produzir 3 milhões de veículos , as montadoras empregam apenas 90 mil trabalhadores. Nos serviços , principalmente no setor financeiro , a automação dos setores produtivos e de serviços conseguiu aumentar a riqueza nacional, não provocou o aumento da quantidade de empregos- ao contrário , a modernização tem aumentado o desemprego. Esse quadro só poderá ser mudado com mais desenvolvimento econômico, afirmam alguns, outros dizem que é impossível resolver o problema na sociedade capitalista, pois , por natureza , no estágio em que se encontra , ela gera o desemprego, e não há como reverter isso na presente estrutura social; há ainda os que consideram o desemprego uma questão de sorte , de relações pessoais, de ganância das empresas , etc.  Todas as explicações podem conter um fundo de verdade , desde que se saiba a perspectiva de quem fala. Entretanto, está faltando uma explicação , que deixará claro que o desemprego não é uma questão individual nem culpa o desempregado. Essa explicação está na política econômica desenvolvida no Brasil há mais de vinte anos, até o início do século XXI. A inexistência de postos de trabalho, além das razões anteriormente apontadas , foi o resultado de uma política monetária de juros altos e, também , de uma política fiscal de redução dos gastos públicos. Nos últimos anos, essa tendência foi alterada com a queda gradativa dos juros e com o aumento dos gastos públicos. Excetuando o final de 2008 e o ano de 2009, devido à repercussão da crise financeira mundial, observa-se que há uma tendência de queda do desemprego no Brasil. Segundo dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) , divulgada no início de 2009 pelo IBGE , a taxa de desemprego em 2008 ficou em 7,9% contra 9,3% em 2007. É o menor índice da série histórica , iniciada em 2002, que contempla os dados das regiões metropolitanas de Recife , Salvador , Belo Horizonte , Rio de Janeiro , São Paulo e Porto Alegre. A previsão que eles tiveram  para 2010 é que o nível de emprego e o aumento de renda retornarão aos patamares anteriores à crise financeira. Isso só poderá ocorrer com a ampliação da presença do Estado nos mais diversos setores - educação , saúde , segurança , transporte, cultura, esporte , lazer - , além de investimentos maciços em obras públicas (de infraestrutura , principalmente) e habituação e incentivos crescentes a todos os setores industriais , o que envolverá a contratação de milhares de pessoas. Parece que este será o grande desafio para este século: um sistema eficiente de proteção e assistência do trabalhador.


A Índia Hoje



Como na maioria dos países do Terceiro Mundo , o Estado também assumiu na Índia a responsabilidade de promover a industrialização e o desenvolvimento econômico do país, apoiando-se em sua gigantesca máquina burocrática. A abertura do país às importância , ao capital estrangeiro e à introdução da tecnologia e o acesso ao crédito promovem o crescimento da classe média e alguns economistas acreditam que no ano 2000 , quando a população indiana alcançará a cada de um bilhão de habitantes , 300 mil pessoas estarão na categoria de classe média. A discriminação e as disparidades sociais ainda são gritantes , mas os serviços públicos e a educação estão sendo abertos às castas inferiores , sob fortes protestos dos jovens universitários e recém-formados que vêem suas chances de emprego ameaçadas e exigem com protestos que o governo garanta o mercado de emprego. Outro grande conflito armado provocado pela divisão do mundo em zonas de influência (capitalistas e socialistas) foi a Guerra da Coréia. Quando terminou a Segunda Guerra Mundial , a Coréia foi dividida : a parte norte ficou sob influência e a sul ficou ligadas aos EUA. A ONU fiscalizou as eleições que deveriam unificar o país . A Rússia inicialmente não quis se arriscar e perder sua zona de influência , mas depois , com o seu apoio , os norte-coreanos atacaram a Coréia do Sul. Imediatamente , os Estados Unidos , os grandes países do Ocidente e forças da ONU uniram-se para apoiar o sul da Coréia. Essas tropas foram lideradas pelo general MacArthur. Esse general, de idéias radicais e anticomunistas , ordenou a invasão da região norte, penalizando duramente a população civil. A intervenção da China , aliada à Rússia , tornou o conflito extremamente violento. Os dois lados sofreram grandes perdas humanas. O general MacArthur sugeriu um bombardeio atômico, o que poderia provocar o frágil equilíbrio entre as potências antagônicas. Sua atitude desagradou o governo norte-americano, que o afastou da guerra. Sem conseguir solucionar o conflito , e para evitar maior sofrimento para o povo , foi mantida a divisão da Coréia, que dura até os dias atuais. O povo judeu, durante séculos nutriu esperanças de que um dia houvesse condições para a criação de um estado próprio , ideia que começou a se concretizar no final do século passado. Nessa época , surgiu na Europa um movimento que objetivava a criação de um lar nacional para os judeus espalhados pelo mundo. O lugar ideal para que isso acontecesse era, obviamente , dentro do território da Palestina e esse movimento chamou-se sionismo. Uma das causas principais que levaram ao surgimento e ao crescimento do movimento sionista foram as violentas e sistemáticas perseguições - muitas vezes estimuladas pelo governo - às comunidades judaicas que habitavam o império Russo. Em 1917, a causa sionista recebeu novo e importante impulso. Nesse ano, o ministro do exterior da Grã-Bretanha , lorde James Balfour , fez uma declaração oficial na qual afirmava que "o governo de Sua Majestade via com bons olhos a criação de um lar nacional judeu na Palestina , desde que isso não afetasse as comunidades não-judaicas da região". Essa frase , que dava o aval britânico à causa sionista , passou para a história com o nome de Declaração Balfour. A imigração judaica para a Palestina teve um novo impulso nas décadas de 30 e 40 , quando das perseguições aos judeus movidas pela Alemanha Nazista. A chegada de um número cada vez maior de judeus aumentou consideravelmente a animosidade árabe , e os conflitos entre as duas comunidades foram se tornando cada vez mais frequentes. Ao terminar a Segunda Guerra Mundial, o número de judeus que se dirigiu para a Palestina aumentou significativamente . As autoridades britânicas tentaram limitar a entrada de um contingente tão grande de imigrantes. Porém, o mundo estava muito chocado com as atrocidades que os nazistas tinham cometido contra os judeus antes e durante a guerra. Havia , portanto, um clima emocional extremamente favorável para a criação de um estado hebreu. Nessa época, os judeus já constituíam aproximadamente 30% dos habitantes da Palestina (no início do século não eram nem 10%).

O Conceito de Habitus



Habitus é outro conceito utilizado por Norbert Elias. É muito interessante porque , além de esclarecedor, estabelece uma ligação entre o pensamento de Elias e o do francês Pierre Bourdieu (1930-2002). Para Elias , habitus é algo como uma segunda natureza , ou melhor , um saber social incorporado durante nossa vida em sociedade. Ele afirma que o destino de uma nação , ao longo dos séculos , fica sedimentado no habitus de seus membros. É ago que muda constantemente , mas não rapidamente , e , por isso, há equilíbrio entre continuidade e mudança. A preocupação de Bourdieu, ao retomar o conceito de Habitus, era a mesma de Elias : ligar teoricamente o indivíduo e sociedade. Não há diferença entre o que Elias e Bourdieu pensam em termos gerais , apenas na maneira de propor a questão. Para Bourdieu , o habitus se apresenta como social e individual ao mesmo tempo, e refere-se tanto a um grupo quanto a uma classe e, obrigatoriamente , também ao indivíduo. A questão fundamental para ele é mostrar a articulação entre as condições de existência do indivíduo e suas formas de ação e percepção, dentro ou fora dos grupos. Dessa maneira , seu conceito de habitus é o que articula práticas cotidianas - a vida concreta dos indivíduos - com as condições de classe de determinada sociedade , ou seja, a conduta dos indivíduos e as estruturas mais amplas. Fundam-se as condições objetivas com as subjetivas. Para Bourdieu , o habitus é estruturado por meio das instituições de socialização dos agentes (a família e a escola , principalmente) , e é aí que a ênfase na análise do habitus deve ser colocada , pois são essas primeiras categorias e valores que orientam a prática futura dos indivíduos. Esse seria o habitus primário , por isso mais duradouro- mas não congelado no tempo. À medida que se relaciona com pessoas de outros universos de vida , o indivíduo desenvolve um habitus secundário não contrário ao anterior , mas indissociável daquele. Assim vai construindo um habitus individual conforme agrega experiências continuamente. Isso não significa que será uma pessoa radicalmente diferente da que era antes, pois se modifica sem perder suas marcas de origem, de seu grupo familiar ou da classe na qual nasceu. Os conceitos e valores dos indivíduos (sua subjetividade) , segundo Bourdieu, têm uma relação muito intensa com o lugar que ocupam na sociedade. Não há igualdade de posições , pois se vive numa sociedade desigual. Por exemplo, no Brasil, teoricamente, todos podem ingressar na universidade, mas , de fato, as chances de que isso aconteça são remotas , porque há condições objetivas e subjetivas que criam um impedimento: a falta de vagas , as deficiências do ensino básico , um vestibular que elimina a maioria ou um pensamento como este : "Não adianta nem tentar, pois não vou conseguir", Ou este : "Para que ingressar em um curso superior se depois não terei possibilidade de exercer a profissão". Como se pode perceber , a Sociologia oferece várias possibilidades teóricas para a análise da relação entre indivíduo e sociedade. Esse é apenas um exemplo de como os sociólogos trabalham. Muitos autores analisam as mesmas questões e propõem alternativas a fim de que se possa escolher a perspectiva mais apropriada para examinar a realidade em que se vive e biscar respostas para as perguntas que se fazem. A diversidade de análises é um dos elementos essenciais do pensamento sociológico.

As Potências No Pós-Guerra



A Segunda Guerra deixou um mundo a ser reconstruído , cidades arrasadas, povos enfraquecidos. Uma grande tarefa foi empreendida : reurbanização , reorganização da vida social , pública e política , fixação de valores culturais para o novo período. As potências vencedoras da guerra apresentavam um quadro contrastante: -A Rússia , tida como a maior responsável pela vitória (perdeu 20 milhões de pessoas no conflito), estava à beira da ruína financeira. A miséria assolava o país e todos os setores necessitavam de urgentes reformas. -Os Estados Unidos da América , responsáveis pelo armamento moderno (nuclear) , que apressou o fim da guerra , tiveram poucas baixas e a felicidade de não ter seu território invadido. Por esse país ter entrado tardiamente na Segunda Guerra Mundial, sobrou-lhe capital. Era o único país em boas condições financeiras e que apresentava uma economia interna em expansão. Os dois países , Rússia e Estados Unidos , se uniram , embora diferissem em organização política e social . A Rússia , socialista , pregava o anti-imperialismo e a autonomia dos povos a partir das propostas das massas proletárias. Os Estados Unidos , com seu modelo capitalista , pregavam oportunidades iguais e ascensão segundo o mérito individual. Cada um dos países tinha seus interesses a defender: -A Rússia queria sair do isolamento em que a Revolução Socialista de 1917 a havia colocado ; portanto , sua luta era para conseguir nações que compartilhassem sua ideologia política e social. -Os Estados Unidos queriam assegurar o pleno desenvolvimento capitalista, com expansão de mercados consumidores. Na Conferência de Yalta , que reuniu os três maiores estadistas da época - Roosevelt, Stalin e Churchill - , decidiu-se a indenização devida pelos países perdedores. Stalin tratou de assegurar o domínio da Europa Oriental, conseguido pelos militares russos durante a guerra e que , por esse motivo , não poderia ser contestado. Dessa forma , a Rússia garantiu seu apoio ao sistema político. A Europa Ocidental foi dividida entre as outras potências. A Alemanha ficou ficou dividida em quatro zonas de influência : francesa , americana , russa e inglesa. Posteriormente , a influência foi limitada à hegemonia norte-americana e russa . A supremacia russa na Europa Ocidental provocou desconfiança nos países capitalistas. Essa situação se acentuou quando a Tchecoslovaquia quis libertar-se do modelo soviético e teve sua rebelião prontamente sufocada pelos russos.

Alfabeto



"Em 1500 a.C., a escrita hieroglífica egípcia e a escrita cuneiforme babilônia (herdada dos sumérios), justamente com a escrita chinesa do leste, eram as linguagens escritas mais importantes do mundo. Todos eram tremendamente complicadas e não havia motivo para que não permanecessem complicadas até hoje , como a chinesa. Entre egípcios e babilônios existiam os cananeus , que habitavam a costa oriental do mar Mediterrâneo . (Foram chamados fenícios pelos gregos.) Eram negociantes que, entre outras coisas , agiam como intermediários entre egípcios e babilônios. Era necessário que esses negociantes conhecessem tanto a linguagem egípcia como a babilônica e esta era uma tarefa realmente difícil. Um cananeu desconhecido resolveu simplificar a escrita inventando uma espécie de taquigrafia. Pensou que poderia dar um símbolo separado para cada um dos sons emitidos pelos seres humanos na linguagem falado. Assim, seria possível construir palavras de qualquer língua , usando esses símbolos sonoros, que já tinham sido usados pelos egípcios , que preservavam tal esquema para as sílabas ou para palavras completas. O  inventor cananeu tinha a ideia de que os sons-símbolos deveriam ser usados exclusivamente e que as palavras seriam construídas com eles combinados. Os dois primeiros símbolos dessa coleção foram o aleph (que era o símbolo usado para designar o boi) e o beth (símbolo que significava casa). Para os gregos , que passaram a adotar esse sistema , tornaram-se alpha e beta , e nós ainda conhecemos o sistema de símbolos como alfabeto. O alfabeto fenício , que foi o primeiro a ser usado, em 1500 a.C., revolucionou a escrita, tornando muito mais fácil ler e escrever ampliando portanto as oportunidades literárias. Essa é uma invenção que parece ter ocorrido somente uma vez na história humana. O alfabeto não foi inventado independentemente por qualquer outra sociedade. Todos os alfabetos em uso nos dias atuais (inclusive este em que está escrito e impresso este livro) descendem daquele primeiro alfabeto fenício."

ASIMOV , Isaaac. Cronologia das ciências e das descobertas . Rio de Janeiro : Civilização Brasileira , 1993. P.86.



Energética Elétrica


Em 2008 o Brasil contava com 1768 usinas para produção de energia em operação , com capacidade de 104.816 megawatts (MW). Desse total , 706 eram hidrelétricas de diversos tamanhos , e 1042 térmicas utilizando gás natural , biomassa e óleo diesel e combustível , duas eram nucleares e uma era solar. Há também usinas de energia eólica , com destaque no Ceará e Rio Grande do Sul , mas em 2008 as 17 usinas eólicas do Brasil foram responsáveis por somente 0,3% (273 MW) da eletricidade produzida no país . Entretanto , há tendência de crescimento do uso dessa fonte de energia limpa e renovável : em 2008 havia 22 usinas eólicas em construção - com potência total de 463 MW - e 50 projetos , com capacidade de 2400 MW , já outorgados e aguardando o início das obras.  As usinas hidrelétricas , que têm a maior capacidade instalada de produção no país , produzem energia limpa e barata .  Segundo o Ministério de Minas e Energia , o potencial hidrelétrico brasileiro é estimado em mais de 260 mil MW e a capacidade nominal instalada de produção estava , em 2008 , na casa dos 86 mil MW , ou seja , cerca de 30% do potencial disponível. Até o final da década de 1980, as hidrelétricas produziam cerca de 90% da eletricidade consumida no país , mas em 2008 essa participação tinha recuado para cerca de 73% , principalmente por conta da construção de usinas termelétricas movidas a gás natural e biomassa.  Uma termelétrica pode ser instalada em locais mais convenientes para seu aproveitamento econômico. Como vimos, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina a disponibilidade de carvão mineral determinou a instalação dessas usinas.   Há concentração de termelétricas que utilizam biomassa nas regiões de produção de álcool , principalmente em São Paulo , nas quais se utiliza o bagaço da cana-de-açúcar e, outras foram construídas ao longo dos gasodutos , com destaque para o Bolívia-Brasil. O maior potencial hidrelétrico instalado no Brasil está na bacia do Rio Paraná , onde , em 2009 , 72% da disponibilidade já foi aproveitada . Em seu rio principal localiza-se a usina de Itaipu , e destacam-se também os rios Grande , Paranapanema , Iguaçu e Tietê. Eles drenam a região onde se iniciou efetivamente o processo de industrialização brasileiro e que , além da demanda mais elevada , conseguiu exercer maior pressão política na alocação de recursos investidos em infraestrutura.  Maior potencial hidráulico disponível do país localiza-se nas bacias do Amazonas , onde somente 1% foi aproveitado , e Araguaia-Tocantins , com 44% de aproveitamento em 2008. Em Rondônia , no Rio Madeira , se localizarão duas usinas de médio porte planejadas para serem construídas a partir de 2009. Uma é Santo Antônio , licitada em 2007; a outra é Jirau , licitada em 2008 , ambas com cerca de 3 mil MW de potência. Um consórcio de empresas privadas realizou estudos de viabilidade técnica e ambiental para construção de muitas outras usinas na bacia Amazônica: planeja-se construir três usinas de de médio porte no Rio Tapajós; e a usina de Belo Monte , Rio Xingu, de grande porte, a maior delas , com potência de 11,233 MW (cerca de 2 /3 da capacidade de Itaipu). De 1950 até o início da década de 1980 foi fundamental a participação do Estado no planejamento e na produção de energia. A partir do final da década de 1980, o Estado vem se retirando da produção em diversos setores (como energia, telecomunicações transportes , siderurgia , mineração e petroquímica ), incentivando investimentos privados e concentrando sua ação na regulação e fiscalização por intermédio dos ministérios e das agências criadas para esse fim. Nesse contexto, o setor elétrico brasileiro (envolvendo a geração , a transmissão e a distribuição de eletricidade), que era quase totalmente controlado por empresas estatais federais e estaduais , começou a ser privatizado a partir de 1995. De 1964 , quando foi criada a Eletrobrás , Holding estatal de energia elétrica , até 1995 , os investimentos  utilizados na expansão do setor eram obtidos de três fontes: tarifas cobradas dos consumidores, impostos arrecadados pelos governos estaduais e federal e empréstimos tomados em instituições estrangeiras , que ampliavam nossa dívida externa. Em 1995 , o governo federal iniciou a privatização de parte das empresas controladas pela Eletrobrás por intermédio do Programa Nacional de Desestatização , criado a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), órgão regulador e fiscalizador do setor. Após a privatização, as empresas de energia elétrica , inclusive algumas estatais que não foram privatizadas , como a CEMIG, competem entre si para vender a energia produzida, que  é transmitida por um sistema de alta tensão para empresas que atuam exclusivamente na distribuição aos consumidores finais , residências , empresas, comércio , governos e outras instituições. Atualmente as empresas de energia elétrica- as privadas e as estatais que permaneceram - atuam nos três setores: geração, transmissão e distribuição.


Pleiotropia - Um Outro Olhar



Pleiotropia é a capacidade que tem um único par de alelos de produzir diversos efeitos fenotípicos simultâneos no mesmo indivíduo. Você pode observar facilmente que todos os camundongos brancos são extremamente dóceis e , ao contrário, todos os camundongos cinzentos são ariscos e indomesticáveis. Não existe exceção a essa regra. A explicação está no fato de que o mesmo par de alelos que responde pela cor da pelagem nesses animais também responde pelo grau de agressividade dos mesmos. Esse fenômeno foi observado inicialmente em ratos. Verificou-se que, entre eles , nasciam ocasionalmente indivíduos portadores de numerosas deformidades (traquéia estreita, costelas defeituosas , pulmões com pouca elasticidade, coração aumentado de volume , narinas imperduradas, focinho achatado etc.) . As experiências de cruzamento os mesmos resultados, mostrando tratar-se de herança por gene recessivo. Como o cortejo de características era indissociável, ocasionando a manifestação de um "tudo ou nada" , concluiu-se que havia a atuação de único par de genes , cuja função certamente inibiria alguma reação inicial. A partir dessa reação , outras reações ficariam impedidas de acontecer, justificando o conjunto de anomalias. Nas ervilhas , o mesmo par de genes que determina a manifestação de flores brancas também condiciona o aparecimento de um envoltório branco nas sementes. Na espécie humana , constituem exemplos de pleiotropia a síndrome de Laurene-Moon Biedl (obesidade , demência a hipoplasia genital por ação de um único par de alelos) e a síndrome de Marfan (Aracnodactilia , defeitos cardíacos e oculares , também por ação de um único par de genes). Em ratos , um gene pleiotrópico determina a cor da pelagem (com dominância para amarelo) e a letalidade (recessivo , só tendo expressividade em homozigose). É possível que muitos casos de aborto na espécie humana sejam explicados pela atuação de genes letais , como no caso dos ratos. O gene pleiotrópico pode "estimular" ou "impedir" a ocorrência de alguma reação inicial a partir da qual outras reações se desencadeiam ou fica impossibilitadas de acontecer.


A Sociedade Disciplinar E A Sociedade de Controle



Até aqui vimos análises sobre o poder e a política que privilegiam suas relações com o Estado. Mas existem pensadores que analisam a questão do poder e da política de modo diferente: não dão primazia às relações com o Estado, mas a elementos que estão presentes em todos os momentos de nossa vida. Entre eles, destacamos os franceses Michel Foucault (1926-1984) e Gilles Deleuze (1925-1995). Foucault se propôs analisar a sociedade com base na disciplina no cotidiano. Para ele , todas as instituições procuram disciplinar os indivíduos desde que nascem. Assim acontece na família , na escola , nos quartéis , nos hospitais , nas prisões , etc., pois o fundamental é distribuir , vigiar e adestrar os indivíduos em espaços determinados. Diz ele que, além dos aspectos institucionais ou até jurídicos dessas instituições, esse poder desenvolve-se por meio de gestos, atitudes e saberes. É o que chama de "arte de governar" , entendida como a racionalidade política que determina a forma de gestão das condutas dos indivíduos de uma sociedade. Nesse sentido , em seu livro "Microfísica do Poder", ele afirma : " nada é político, tudo é politizável, tudo pode tornar-se político". Seguindo as pistas de Foucault, Deleuze declara que vivemos ainda numa sociedade disciplinar , mas já estamos percebendo a emergência de uma sociedade de controle. A sociedade disciplinar é a que conhecemos desde o século XVIII. Ela procura organizar grandes meios de confinamento : a família , a escola , a fábrica , o exército e , em alguns casos , o hospital e a prisão. O indivíduo passa de um espaço fechado para outro e não para de recomeçar , pois em cada instituição deve aprender alguma coisa, principalmente a disciplina específica do lugar. Na sociedade disciplinar , a fábrica , por exemplo, é um espaço fixo e confinado onde se produzem bens. A fábrica concebe os indivíduos como um só corpo , com a dupla vantagem de facilitar a vigilância por parte dos patrões , que controlam cada elemento na massa, e de facilitar a tarefa dos sindicatos , que mobilizam uma massa de resistência. O que nos identifica , na escola no exército , no hospital , na prisão ou nos bancos , é a assinatura e o número na carteira de identidade e na carteira profissional, além de diversos outros documentos. A sociedade de controle está aparecendo lentamente , e alguns de seus indícios já são perceptíveis . Ela é como uma "prisão ao ar livre", na expressão do filósofo e sociólogo alemão Theodor Adorno . Os métodos de controle utilizados são de curto prazo e de rotação rápida , mas contínuos e eliminados. São permanentes e de comunicação instantânea . Como não têm um espaço definido , podem ser exercidos em qualquer lugar. Exemplos de modos de controlar as pessoas constantemente são as avaliações permanentes e a formação continuada. Outra forma de controle contínuo são os "conselhos" a respeito da saúde que estão presentes em todas as publicações , na televisão e na internet: " Não coma isso porque pode engordar ou aumentar o nível de colesterol ruim. Faça exercícios pela manhã ou pela tarde , desta ou daquela maneira , para ter uma vida mais saudável. Tome tal remédio para isso, ms não tome para aquilo". Os controles nos alcançam em todos os momentos e lugares. Não há possibilidade de fuga. Se na sociedade disciplinar o elemento central de produção é a fabricação , na de controle é a empresa , algo mais fluido. Se a fábrica já conhecia o sistema de prêmios , a empresa o aperfeiçoou como uma modulação para cada salário , instaurando um estado de eterna instabilidade e desafios. Se a linha de produção é o coração da fábrica , o serviço de vendas é a alma da empresa. O marketing é agora o instrumento de controle social por excelência - possui natureza de curto prazo e rotação rápida , mas também contínuo e ilimitado , ao passo que a disciplina é de longa duração, infinita e descontínua. O lugar do marketing em nossa sociedade é evidente , uma vez que somos todos vistos como consumidores. O convencimento é ao mesmo tampo externo (pela recepção da mensagem) e interno (pela própria natureza do convencimento). Ao ser interiorizada , a coerção afinal aparece como um imperativo. Se tudo pode ser comprado e vendido , por que não as consciências , os votos e outras coisas mais? A corrupção em todos os níveis ganhou nova potência. O que nos identifica cada vez mais é a senha. Cada um de nós é apenas um número , parte de um banco de dados de amostragem. A quantidade de senhas de que necessitamos para nos relacionar virtualmente com as pessoas ou com instituições é enorme e , sem elas , ficamos isolados. Se na sociedade disciplinar há sempre um indivíduo vigiando os outros em várias direções num lugar confinado, na sociedade de controle todos olham para o mesmo lugar. A televisão é um bom exemplo disso, pois milhares de pessoas estão sempre diante do aparelho. Na final do campeonato mundial de futebol em 2006, cerca de um bilhão e meio de pessoas estavam conectadas ao jogo.


Os Caminhos da Guerra Começam a Mudar



No verão de 1942, os caminhos da começaram a mudar em todas as frentes. No dia 28 de janeiro de 1942, o Brasil rompia relações com os países de Eixo. Em agosto de 1942, navios brasileiros , como Araraquara , Aníbal Benévolo, Itajiba, Baependi e Araras, foram torpedeados por navios alemães dentro e nossa águas territoriais. Isso porque o Brasil continuava abastecendo a França e a Inglaterra. No dia 22 de agosto , Getúlio Vargas e o ministro da guerra fizeram declaração de guerra ao Eixo. No norte da África, as tropas de Rommel , depois de conseguirem alguns êxitos , foram vencidas pelo general inglês Montgomery. os norte-americanos desembarcaram na África com a ajuda de alguns membros da resistência francesa na Argélia. No ano de 1943, as tropas anglo-americanas se uniram aos franceses da resistência e continuaram combatendo na África contra os nazi-fascistas, que se viram obrigados a abandonar o território africano. Graças a esse triunfo , o exército francês se incorporou aos aliados. O general De Gaulle formou o Comitê Francê de Libertação Nacional. Estabeleceu em Argel a capital da França livre. De lá começou a preparar-se para tomar novamente o poder na França. A Alemanha passou a ser fortemente bombardeada. Mais de 120 mil toneladas de bombas caíram sobre esse país. As forças anglo-americanas invadiram a Itália. O Brasil partiu para a Itália em auxílio dos americanos , com a FEB (força expedicionária Brasileira) , ob o comando do general Mascarenhas de Morais. A FEB utilizava a insígnia "A cobra está fumando" e a FAB (Força Aérea Brasileira) , a insígnia "Senta a pua". Os brasileiros tiveram vitórias em Monte Castelo Montese, Collechio Fornuovo. A resistência fascista foi pequena. Mussolini fugiu e, com o auxílio dos alemães , fundou , no norte da Itália, a República Social Italiana, governando por alguns dias.Os italianos se encontravam em crise interna. O fascismo de sucessivas derrotas , estava desprestigiado . O Grande Conselho Fascista decidiu anular os poderes do Duce e dar o poder ao rei Vítor Emanuel III. Mussolini foi preso pelas tropas de resistência e executado pelos próprios italianos, sendo fuzilado. Imediatamente , a Alemanha invadiu a Itália e proclamou a República de Saló. A Itália dividida entre fascistas e não-fascistas , até que, em junho de 1944, os aliados tomaram Roma . Em abril de 1945, a Itália capitulou definitivamente.



Das Questões Individuais às Questões Sociais


Podemos chamar de questões sociais alguns problemas que vão além de nosso dia a dia como indivíduos , que não dizem respeito somente a nossa vida privada, mas estão ligados à estrutura de uma ou de várias sociedades. É o caso do desemprego, por exemplo, que afeta milhões de pessoas em diversos grupos sociais. Um bom exemplo desse assunto é dado pelo sociólogo estadunidense C. Wright Mills (1915-1962), que escreveu o livro A imaginação sociológica (1959) . Mills considera que, se numa cidade de 100 mil habitantes poucos indivíduos estão sem trabalho , há um problema pessoal, que pode ser resolvido tratando as habilidades e potencialidades de cada um. Entretanto , se em um país com 50 milhões de trabalhadores 5 milhões não encontram emprego, a questão passa a ser social e não pode ser resolvida como um problema individual. Nesse caso , a busca de soluções passa por uma análise mais profunda da estrutura econômica e política dessa sociedade. Existem também situações que afetam o cotidiano das pessoas e que são ocasionadas por acontecimentos que atingem a maioria dos países: por exemplo , a crise de 1929 , que levou ao colapso todo o sistema financeiro mundial; a chamada Crise do Petróleo , em 1973, provocada pela elevação súbita dos preços da principal matéria-prima do mundo; o ataque , em 11 de setembro de 2001, às Torres Gêmeas em Nova York , que alterou substancialmente a relação dos Estados Unidos com os outros países e , principalmente , o cotidiano do cidadão estadunidense.  Podemos perceber , assim, que acontecimentos completamente independentes de nossa vontade nos atingem fortemente. No entanto, é importante destacar que, tanto em 1929 como em 1973 e em 2001, os eventos mencionados foram resultado de uma configuração social criada pelas decisões de algumas pessoas , que provocaram situações que foram muito além de suas expectativas. Essas situações , além de afetar relações políticas , econômicas e financeiras de todos os países , também prejudicaram indivíduos em muitos lugares , até na satisfação de suas necessidades , como o consumo de alimentos e de combustível. Esses pontos , que estão presentes na biografia de cada um de nós, fazem parte da história da sociedade em que vivemos e , muitas vezes , assumem forma ainda mais ampla. Tomar uma decisão é algo individual e social ao mesmo tempo, sendo impossível separar esses planos.


Problemas Com Heredogramas



Nos heredogramas aparecem indivíduos afetados (símbolos escuros) por alguma característica determinada por um par de alelos . Analisando-o , podemos concluir que o caráter afetado é recessivo , pois o cruzamento de dois indivíduos normais  deu uma filha afetada . Logicamente os indivíduos são portadores de um alelo a. Como não são afetados , seu genótipo é Aa. Outros indivíduos também são afetados ; por isso seu genótipo também é aa. Assim , todos os filhos dos indivíduos afetados apresentarão pelo menos um alelo a. Como há filhos não são afetados, concluímos que eles apresentam genótipo Aa. Em relação aos demais indivíduos não podemos determinar se são AA ou Aa. A) A Presença de Sardas é determinada por um alelo dominante (A) e sua ausência , por um alelo recessivo (a). O fato de um alelo ser dominante não significa que ele é encontrado em maior frequência na população. Significa apenas que seu fenótipo se manifesta tanto no homozigoto como no heterozigoto. No heredograma , os indivíduos assinalados em negro possuem sardas (característica dominante). Quais são os indivíduos heterozigotos? Resolução: Como a ausência de sardas é recessiva , podemos dizer que alguns  indivíduos são recessivos (aa). Se  um indivíduo fosse homozigoto dominante (AA) , ele não poderia ter filhos sem sardas, já que seus filhos seriam AA ou Aa, logo ele é heterozigoto (Aa). Como outros indivíduos possuem sardas , eles herdaram o alelo dominante (A) do pai. Mas, como sua mãe não possui sardas , eles herdaram um alelo recessivo dela; logo , também são heterozigotos (Aa). Então , podemos dizer que apenas os indivíduos mencionados são heterozigotos.  O caráter a ser analisado, salvo em orientação em contrário , é sempre o dos indivíduos hachurados ou em cor escura.  Em um heredograma pode notar que algum casal que não possui caráter produziu um menino com o caráter , o que nos leva à conclusão de que os paus são heterozigotos (Aa) e passaram o alelo a para o filho. Portanto, o caráter em questão deve-se a um alelo recessivo , sendo o genótipo do filho afetado aa. Em outro heredograma , o casal 1 e 2 apresenta o caráter e produz um filho sem ele. Portanto, pode-se concluir que o casal é heterozigoto (Aa) e o filho não afetado tem genótipo aa, sendo o caráter em estudo determinado por um alelo dominante.


Saint-simon e a Nova Ciência Dos Fenômenos Sociais




Claude-Henri de Rouvroy- Conde de Saint-Simon - , apesar de pertencer à nobreza , avaliava que o Antigo Regime estava corrompido e não podia durar muito mais. Durante a Revolução Francesa, renunciou ao título de conde e adotou o nome plebeu Claude Henri Bonhomme. Saint-Simon via a história como um sucessão de épocas críticas (momentos de crise) e épocas orgânicas (assentadas em crenças e valores bem estabelecidos). Defendia a ideia de que o apogeu de um sistema coincidia com o início de sua decadência e apontava três épocas orgânicas na história ocidental: a Antiguidade greco-romana, seguida pela época crítica das invasões bárbaras; a Idade Média , seguida pela época crítica do Renascimento até a Revolução Francesa , e a era industrial , que já se podia vislumbrar. Saint-Simon detectava a existência de duas grandes classes em sua época e na sociedade francesa em particular : a dos ociosos (a a realeza , a aristocracia e o clero, os militares e a burocracia que administrava a estrutura dos que nada produziam) e a dos produtores ou industriais (cientistas , engenheiros , médicos, banqueiros, comerciantes , industriais , artesãos , lavradores , trabalhadores braçais , enfim , todos os cidadãos úteis para o desenvolvimento da França). Para que a sociedade pós-revolucionária na França se firmasse seria necessário que a ciência tomasse o lugar da autoridade da Igreja , formando-se assim uma nova elite , agora científica. A ciência deveria substituir a religião como força de coesão. Os cientistas substituiriam os clérigos e os industriais , senhores feudais . A aliança dos cientistas com os industriais conformaria a nova classe dirigente. Mas deveriam estar na direção apenas os mais capazes em cada campo.  E seriam chamados por saber mais da sociedade: os cientistas porque a estudavam e os industriais porque , pela prática , sabiam o que funcionava melhor. Desde 1803 Saint-Simon escreveu uma série de livros em que professava sua confiança no futuro da ciência e buscava uma lei que guiasse a investigação dos fenômenos sociais, tal como a lei gravitacional de Newton em relação aos fenômenos naturais. A nova ciência teria como principal tarefa descobrir as leis do desenvolvimento social , pois elas poderiam indicar para a sociedade o caminho do progresso continuado. Entre seus escritos, destaca-se : Reorganização da Sociedade Europeia (com Augustin Thierry, 1814) , A Indústria ou Discussões Políticas , Morais e Filosóficas no interesse de todos os homens livres e trabalhadores úteis e independentes (1816-1817), O Organizador (1819), O Sistema Industrial (1821-1823), O Catecismo dos Industriais (1822-1824) e Novo Cristianismo (1824).  

A Relação Entre Meiose e Primeira Lei



Como já comentado no capítulo anterior, Mendel chegou às suas conclusões antes que a meiose tivesse sido descrita. Hoje já se sabe que os fatores mendelianos são os genes e que eles se localizam nos cromossomos. Estes existem aos pares das células somáticas (diploides). Os dois cromossomos que formam um par se chamam homólogos e possuem a mesma sequência de genes; estão, assim, relacionados com as mesmas características genéticas. A posição que cada gene ocupa no cromossomo é chamada Locus (Do latim : lugar) gênico. Cada gene pode apresentar diferentes variantes que se manifestam e cada uma delas é chamado alelo. cada alelo de um gene contém diferenças na sequência de certas bases nitrogenadas codificando Rnas diferentes, porém relacionados ao caráter determinado por aquele gene. Nessa célula podemos descartar alguns pares de alelos: aa, BB, cc Por exemplo, quando , unas células d e um indivíduo , os alelos que compõem o par não são idênticos entre si . O indivíduo é é denominado por heterozigótico e diz-se que os genes estão em heterozigose (Mendel usava o termo hibrido para esse caso). Quando os alelos são idênticos , o indivíduo é denominado homozigótico e diz-se que os alelos estão em homozigose ,(Mendel usava o termo puro para esses casos). Na célula , os alelos - 

A e a estão em heterozigose;

B e B estão e homozigose;

c e c estão em homozigose.

Vamos analisar agora a relação entre meiose e primeira lei. Para simplificar, consideramos uma célula hipotética com apenas um par de homólogos , em que se destaca um par de alelos em heterozigose. Ao final da meiose , formam-se , portando , quatro células haploides que são os gametas. Um exemplo dado, destacamos os alelos A e a, podendo-se observar que esses alelos se separam na formação dos gametas em decorrência da separação dos cromossomos homólogos: 50% dos gametas portam o alelo A e 50% o alelo a. Desse modo, verifica-se que Mendel a, antes mesmo de saber da existência dos cromossomos e da meiose, interpretou corretamente o comportamento dos seus "fatores" na herança e concluiu , também corretamente, que esses fatores ocorrem aos pares das células dos corpo e separadamente nos gametas. Entretanto, uma ressalva importante deve ser feita nos casos de herança envolvendo plantas. Se você voltar saber na parte referente à meiose , poderá verificar que no circulo de vida das plantas , a meiose é intermediária ou espórica. Assim, o produto das meioses são esporos n que germinam e dão origem à uma fase haploide que formam gametas por mitose. Apesar de a meiose nas plantas ser espórica e não gamética e , o raciocínio para a compreensão dos mecanismos de herança não se modifica , pois cada esporo N dá origem à geração formadora de gametas n. De modo indireto, um esporo e os gametas formados a partir da geração n que o esporo deu origem têm a mesma constituição cromossômica e de genes.Por extrema simplificação e apenas com um objetivo de entender o mecanismo de herança nas plantas , representa-se o processo de meiose e , a seguir, especificam-se os gametas sem fazer menção às etapas intermediárias dos círculos de vida. Em outra unidade deste capítulo , estudaremos os círculos de vida com mais detalhes.


Os Componentes Estruturais de Um Ecossistema


Os ecossistemas apresentam dois componentes estruturais básicos e intimamente inter-relacionados: 

1ª- Componentes abióticos: podem ser físicos (como a radiação solar , a temperatura, luz, a umidade, os ventos), químicos (como os nutrientes presentes nas águas e nos solos) ou geológicos (como solo);

2ª- Componentes Bióticos: SÃO SERES VIVOS. Em um ecossistema pode se reconhecer dois tipos de componentes bióticos: a Organismo autótrofos (auto= próprio, trofos= alimento,): sintetizam seus próprios alimentos a partir de substâncias inorgânicas, como gas carbônico e a água , e uma fonte de energia, por exemplo, energia luminosa.

3ª- Organismos Heterótrofos: não são capazes de sintetizar seus próprios alimentos como os autótrofos; os heterótrofos dependem da matéria orgânica sintetizada pelos autótrofos para obter a matéria prima para o seus crescimentos, reprodução e reparação de perdas, e a energia necessária para a realização de seus processos vitais.

Os organismos autótrofos são chamados produtores . Entre eles, os mais importantes em termos ecológicos são os que realizam a fotossíntese. Por esse processo , moléculas de gás carbônico e de água participam de reações químicas , que dependem direta ou indiretamente da energia  luminosa captada pelo pigmento verde clorofila, dando origem a moléculas orgânicas, como é o caso de açúcares. Na fotossíntese , portanto , a energia luminosa é transformada em energia química , que fica armazenada nas moléculas orgânicas. além disso , praticamente todo o oxigênio presente na atmosfera ou dissolvido na água provém da fotossíntese. Os heterótrofos podem ser:

1ª- Consumidores : organismos que se alimentam de outros organismos, Todos os animais são consumidores. Os animais que se alimentam  de produtores são chamados de consumidores primários. Os herbívoros , animais que se alimentam de plantas , são consumidores secundários. Os animais que se alimentam de consumidores terciários, e assim por diante . Com exceção dos consumidores primários , que são herbívoros , os demais consumidores são  carnívoros alimentam-se de outros animais) ou onívoros (alimentam-se de plantas e de animais). Em um ecossistema , no entanto , nem sempre ocorrem todas essas categorias de consumidores. 

2ª-Decompositores: organismos heterótrofos que degradam a matéria orgânica contida em produtores ou em consumidores mortos, utilizando alguns produtos da decomposição como alimento e liberando para o meio ambiente minerais e outras substâncias que podem ser novamente utilizadas pelos produtores . Os decompositores estão representados por bactérias e fungos.

As dimensões de um ecossistema nem sempre são fáceis de delimitar . A biosfera toda pode ser considerada como uma grande ecossistema ou , então , partes dessa biosfera, tais como os oceanos , os lagos e as florestas . Independentemente das dimensões , pode-se considerar comum ecossistema qualquer unidade funcional da biosfera em que se verifica um fluxo de energia e um ciclo de matéria . 


Cadeia e Teia Alimentar


O alimento produzido pelos autótrofos e utilizado por eles e pelos organismos heterótrofos . O processo mais importante de liberação da energia contida nos alimentos orgânicos é a respiração aeróbica. Através dela, a molécula orgânica em presença de oxigênio é totalmente degradada em seus componentes fundamentais : o gás carbônico (CO2) e a água (H2O) . Um indivíduo autótrofo degrada , através da respiração , matéria orgânica produzida por ele mesmo. Um indivíduo heterótrofo degrada a matéria orgânica produzida direta ou indiretamente por uma autótrofo. É direta quando o heterótrofo alimenta-se diretamente do autótrofo , como ocorre com os herbívoros , e indireta quando o heterótrofo alimenta-se de outro heterótrofo , como ocorre com os carnívoros. Os organismos decompositores obtêm energia para os seus processos vitais através da decomposição. Dessa forma, a energia luminosa do SOL, fixada pelo autótrofo, é transmitida sob a forma de energia química aos demais seres vivos ao longo de uma cadeia , em que um ser vivo serve de alimento para o outro ; a cadeia alimentar . A energia , no entanto, vai diminuindo à medida que passa pelos consumidores , pois uma parte dela é utilizada para a realização dos processos vitais do organismo e outra é liberada sob a forma de calor , restando apenas uma parcela menor de energia disponível para o nível seguinte. Como na transferência de energia entre os seres vivos, de toda a energia liberada , diz-se que essa transferência é unidirecional , falando-se em fluxo de energia. A matéria , no entanto, pode ser reciclada , falando-se em ciclo em matéria. De acordo com Zysman Neiman em seu livro "Era Verde?" "Ecossistemas Brasileiros Ameaçados " (!989) , as teias alimentares e todas as demais inter-relações entre os seres vivos demorara milhões de anos para se formar e estão em contínuo processo de modificação . Esse autor afirma que : "os ecossistemas , como nós os conhecemos atualmente , são produto de uma história evolutiva única e cuja estabilidade está garantida pelo equilíbrio entre seus diversos componentes. As alterações naturais que os ecossistemas vêm sofrendo são sempre muito lentas , uma vez que mudanças bruscas em qualquer elo de seus sistema podem conduzi-los ao colapso total. A extinção de uma espécie de predador , por exemplo , é capaz de levar à superpopulação de determinadas espécies que lhes serviam de presa e, com isso, desequilibrar toda a teia alimentar . Equilíbrio ecológico é justamente a situação eque as populações de produtores , consumidores e decompositores mantêm-se em proporções ideais para que todos possam sobreviver . Esse equilíbrio também implica a uma relação ótima com o meio abiótico , do qual apenas os produtos essenciais são extraídos , e as condições naturais não são alteradas. 


Os Níveis Tróficos



De maneira geral, em cada ecossistema existem várias espécies de organismos produtores , várias de consumidores e várias de decompositores . O conjunto de todos os organismos de um ecossistema com o mesmo tipo de nutrição constitui um nível trófico ou alimentar. Os organismos autótrofos de um ecossistema formam , por definição, o primeiro nível trófico , que é o produtor. Os animais herbívoros , que são consumidores primários formam o segundo nível trófico ; os animais carnívoros que se alimentam de herbívoros (consumidores secundários ) formam o terceiro nível trófico; os animais carnívoros que se alimentam de consumidores terciários formam o quarto nível trófico e assim por diante. Além dos organismos que fazem parte de um determinado nível trófico , existem outros com hábitos alimentares menos especializados , que podem ocupar mais de um nível trófico. É o caso dos animais onívoros (omnis=tudo), que se alimentam tanto de plantas como de herbívoros e carnívoros . O ser humano , por exemplo, é onívoro. Os decompositores ocupam o último nível de transferência de energia entre os organismos de uma ecossistema . Formam um grupo especial, nutrindo-se de elementos mortos provenientes de diferentes níveis tróficos , degradando tantos produtores como consumidores. Nos ecossistemas , o número de níveis tróficos é limitado em função da disponibilidade de energia para o nível seguinte. Isto porque , ao ocorrer a a passagem de um nível trófico para outro, há perda de energia. Dessa maneira, quanto mais distante estiver um nível trófico do nível do produtor , menor será a energia disponível. Nos ecossistemas mais complexos , o número de níveis tróficos é maior que em ecossistemas mais simples. Apesar de o número de níveis tróficos variar de ecossistema para o ecossistema dependendo de sua complexidade, os tipos de níveis tróficos são sempre os mesmos. Assim, ao se comparar dois ecossistemas diferentes , como um campo e os oceanos, verifica-se que, apesar de serem habitados por tipos diferentes de organismos , é possível identificar em cada um deles níveis tróficos equivalentes .


Direitos e Cidadania



Direitos de todos , das mulheres , dos negros , das crianças , dos adolescentes, do consumidor , dos idosos... Há várias leis e decretos que os traduzem. Mas de que adianta haver tantas leis e decretos que não são respeitados? Os direitos básicos dos cidadãos devem ser garantidos pelo Estado. Vamos ver como a relação entre direitos e cidadania foi tratada na história das sociedades. Alguns povos da Antiguidade - como os babilônios , com o Código de Hamurabi , no século XVIII a.C , e os gregos de Atenas  com as leis de Clístenes , do século VI a.C- tiveram suas normas e leis registradas por escrito. As leis babilônicas reforçavam o poder do Estado e as atenienses definiam as instituições da democracia. Nenhuma delas tratava dos direitos humanos, cuja história é bem mais recente. Foi somente a partir do século XIII, na Inglaterra , que se criaram as primeiras cartas e estatutos que asseguravam alguns desses direitos : a Magna Carta (1215-1225) , por exemplo, que protegia apenas os homens livres, e a "Petition of Rights" (1628) , que requeria o reconhecimento de direitos e liberdades para os súditos do rei. A mais importante das "cartas de direitos" , porém, foi a "Bill of Rights" (1689) . Que submetia a monarquia à soberania popular , transformando-a numa monarquia constitucional. Cabe destacar ainda o ACT os Settlement (1707) , que completava o conjunto de limitações ao poder monárquico , e o Habeas Corpus Amendment Act (1769) , que anulava as prisões arbitrárias . Todos esses atos eram dirigidos apenas às pessoas nascidas na Inglaterra. Eram leis para um só país. No século XVIII, quando as colônias inglesas da América do Norte se tornaram independentes , foram criados alguns documentos importantes , como a Declaração de Direitos da Virgínia (1776) e  a Constituição de 1787. Nesse mesmo ano, foram ratificadas as dez primeiras emendas à Constituição estadunidense , que determinavam com clareza os limites do Estado e definiam os campos em que a liberdade devia ser entendida aos cidadãos. Embora as emendas garantissem liberdade de culto, de palavra , de imprensa e de reuniões pacíficas , ainda promoviam a distinção entre os seres humanos , já que não aboliram a escravidão.


É Possível Uma Televisão Diferente?



Embora a programação e os comerciais da televisão brasileira influenciem os hábitos e costumes da população, favorecendo uma homogeneização de comportamentos , não se pode pensar que os indivíduos sejam receptores passivos que gravam as mensagens e passam automaticamente a repeti-las. Há sempre uma (re) elaboração do que se vê e escuta , além de muitos outros elementos que influenciam o comportamento e a opinião pública. Se não fosse assim, o regime militar instalado em 1964 teria total aceitação da população brasileira e até poderia ter sobrevivido ao fim do milagre econômico, pois os meios de comunicação , em especial a televisão, com seus programas e noticiários , eram plenamente favoráveis a ele, principalmente a Rede Globo, emissora que detinha na época (e detém até hoje) a maior audiência nacional. O filósofo brasileiro Renato Janine Ribeiro, em seu livro "O Afeto Autoritário : Televisão , Ética e Democracia", analisa a televisão brasileira de um ângulo muito interessante. Deve-se levar em conta , diz ele , a importância que a televisão tem no Brasil, pois ela dá para a sociedade uma pauta de conversa. Basta ouvir o que as pessoas estão falando numa segunda-feira para saber o que foi ao ar nos principais programas dominicais. Se você não viu nenhum, é bem possível que nada tenha para dizer. A televisão também desempenha um papel na reflexão do Brasil atual, principalmente por meio das telenovelas , que levam para  milhões de telespectadores algumas questões pouco discutidas ou até silenciadas - como o homossexualismo , por exemplo, que de "assunto proibido" tornou-se objeto de ampla discussão por ter sido abordado em novelas. Outros temas, como os direitos da mulher , o preconceito racial, a violência e os direitos dos portadores de necessidades especiais , tornam-se objetos de discussão pela população porque as telenovelas os colocam em pauta . Pode-se dizer que as discussões são superficiais e não levam a uma crítica mais ampla da sociedade; entretanto, elas são importantes pelo simples fato de trazerem à luz aqueles temas , pois é melhor falar sobre eles do que ficar em silêncio. Janine Ribeiro deixa claro , também , que há alguns assuntos que as novelas não discutem , como as questões sociais, a desigualdade de classes e o autoritarismo do patrão sobre o empregado. São problemas que ainda não conseguimos resolver nem discutir , e não interessa às empresas de comunicação que isso seja feito. Como as relações de desigualdade estão internalizadas no imaginário popular , os espectadores , que muitas vezes agem da mesma forma , passam até achar agradáveis e positivas as personagens autoritárias e despóticas , tomando a afirmação da desigualdade como algo natural. Isso fica evidenciado de modo muito claro quando se trata de relações entre patrão e empregado. E qual seria a alternativa para melhorar pelo menos um pouco a programação da televisão? Uma possibilidade estaria na criação de mecanismos de democratização dos meios de comunização , de modo que não houvesse uma concentração tão grande nas mãos de poucos. No caso da televisão , um dos caminhos seria a concessão de canais para centrais sindicais, Organizações Não Governamentais (ONGs) e outras instituições de caráter público que pudessem  transmitir informação e cultura, pulverizando as transmissões no Brasil. Quanto aos excessos da programação- de sensacionalismo, de informações tendenciosas , de baixa qualidade dos programas , de manipulação do público , de violência - , muitos pensam que a solução seja a censura. Mas quem define o que é excesso ? A história tem comprovado que censurar não é o caminho. Para Janine Ribeiro, o essencial é a formação de um público crítico. E a própria televisão pode colaborar nesse sentido, como ele destaca no trecho de seu livro.


A Programação Da Televisão



A televisão é , no Brasil, o meio de comunicação com presença mais marcante , sendo o principal veículo de difusão cultural e de informação. Apesar de o rádio ter maior abrangência , principalmente por causa do baixo custo e do pequeno porte dos aparelhos , a televisão atinge quase a totalidade do território nacional. Os produtos que ela desenvolve de alguma forma definem o que é importante e o que não é , ou seja, o gosto , a sexualidade , a opção política, o desejo de consumo e outros sentimentos são promovidos prioritariamente pela televisão comercial. A influência da televisão pode ser facilmente constatada nas conversas do dia a dia , nas quais se observa a frequente adoção de gírias , expressões e gracejos criada por personagens dos programas de maior audiência. Quem não ouviu, por exemplo, a expressão "hare baba" , quando fazia sucesso a novela Caminho das Índias , da Rede Globo , que mostrava o cotidiano e a cultura hindus? Essa influência é bastante preocupante , pois existem graves problemas relacionados à informação e à formação de opinião. Há , por exemplo, programas de crônica urbana e policial nos quais julgamentos são feitos sem nenhuma possibilidade de revisão. Alguns deles apresentam e analisam (sem pesquisar) os fatos , e normalmente formulam um veredicto para os casos policiais , ou seja, fazem julgamento precipitado e muitas vezes errado. Outros reconstituem casos policiais (assassinatos, normalmente) não resolvidos. Os produtores desse tipo de programa fazem um trabalho de detetives e , por meio de delações, conseguem "resolver" casos considerados impossíveis. Não se sabe se resolvem de fato ou não; só chega ao conhecimento do telespectador o que o programa afirma que aconteceu. E o jornalismo? Os programas desse gênero pouco informam, já que as notícias precisam ser rápidas e, quase sempre , variadas : um terremoto na China , uma festa no Haiti, um campeonato esportivo na Espanha, uma situação inusitada na Venezuela , um ato governamental no Brasil. Situações completamente diferentes aparecem com a mesma importância e como se estivessem acontecendo no mesmo momento e num mesmo lugar, deslocando-se a historicidade dos fatos para um mundo e sequência que não existem. Os programas de domingo , para comentar um último exemplo, são de qualidade tão deplorável que só reforçam a ideia de Theodor Adorno de que o entretenimento é utilizado para anestesiar a capacidade das pessoas de pensar e refletir sobre a vida e as condições reais de existência.


A Revolução Verde



A partir da década de 1950 , os Estados Unidos e a OU incentivaram a implantação de mudanças na estrutura fundiária e nas técnicas agrícolas em vários dos então chamados países subdesenvolvidos , muitos dos quais ex-colônias recém-independentes. Em plena Guerra Fria , a intenção dos norte americanos era evitar o surgimento de focos de insatisfação popular por causa da fome. Eles temiam pela instalação de regimes socialistas em alguns países do então Terceiro Mundo. Além do mais , a indústria química , que se desenvolveu voltada para o setor bélico , apresentava certa capacidade ociosa nesse período. O conjunto de mudanças técnicas na produção agropecuária - proposto aos países pobres para resolver o problema da fome - ficou conhecido por Revolução Verde. Consistia na modernização das práticas agrícolas (utilização de adubos químicos, inseticidas , herbicidas , sementes melhoradas ) e na mecanização do preparo do solo - do cultivo e da olheira - visando ao aumento da produção de alimentos. Com esse objetivo os Estados Unidos ofereceram financiamentos para a importação dos insumos , maquinaria e capacitação de técnicos e professores para as faculdades e cursos técnicos agrícolas. Os governos dos então países subdesenvolvidos passaram a promover pesquisa e divulgação de técnicas de cultivo entre os agricultores , e a fornecer créditos subsidiados. Entretanto, a proposta era adoção do mesmo padrão de cultivo em todas as regiões onde se implantou a Revolução Verde , desconsiderando a variação das condições naturais , das necessidades e possibilidades dos agricultores . Assim , a médio a longo prazo , essas inovações causaram impactos socioeconômicos e ambientais muito graves. Tal modelo proporcionou aumento de produtividade por área cultivada e crescimento considerável da produção de alimentos , principalmente de cereais e tubérculos. Porém , isso ficou restrito às grandes propriedades que possuíam terras em condições ideais para a modernização , como , relevo plano para possibilitar a mecanização e condições climáticas favoráveis , entre outros . Em países que não realizaram reforma agrária e os trabalhadores agrícolas não tinham propriedade familiar , sobretudo na África e no Sudeste Asiático , a mecanização da produção diminuiu a necessidade de mão-de-obra , contribuiu para o aumento dos índices de pobreza e provocou êxodo rural. O Sistema mais utilizado pelos países que seguiram as premissas da Revolução Verde foi a monocultura , o que resultou em sérios impactos ambientais. Além dos desequilíbrios ambientais causados pela monocultura , a modernização substituiu as inúmeras variedades de uma dada espécie). Assim grandes indústrias iniciaram o processo de controle sobre o comércio e a pesquisa que modificam a semente dos vegetais e passaram a controlar toda a cadeia de insumos. Entretanto essas sementes modificam não são férteis , o que obriga os agricultores a comprar novas sementes a cada safra se quiserem obter boa produtividade . Isso se tornou um grande obstáculo para os pequenos agricultores , pois trouxe a necessidade de comprar e reposição constante de sementes e fertilizantes que se adaptem melhor a elas , aumentando muito o custo de produção.


A Importância de Reciclar O Alumínio

Atualmente , milhões de toneladas de alumínio são gastas no mundo inteiro para fabricar recipientes ("latas") de refrigeran...