A Era Mauá
Tratando-se de um país essencialmente agrário, os interesses econômicos brasileiros estavam concentrados no campo. A sociedade escravista impunha sérios obstáculos ao desenvolvimento do capitalismo. A própria elite mercantil cultuava ideais aristocráticos . Investimentos em terras, escravos e prédios urbanos garantiam mais prestígio e segurança do que o comércio e a indústria. As consequências disso eram e a esterilização de recursos e o arcaísmo socioeconômico . Em linhas gerais , esse o contexto brasileiro até, pelo menos, meados do século XIX, quando novas condições surgiram. Em 1844 , a Tarifa Alves Branco elevou as alíquotas de importação. FAVORECENDO a produção interna. Com o fim do tráfico de escravos , em 1850 , houve uma grande liberação de capital , que empregado, também , no comércio e na indústria. Nesse mesmo ano, o Código Comercial passou a regular as novas organizações capitalistas e as operações comerciais. Anos mais tarde, as guerras de Secessão, nos Estados Unidos e do Paraguai tiveram reflexos favoráveis ao surgimento de indústrias no Brasil. Todos esse fatores contribuíram para a ocorrência de um surto de industrialização. Entre 1850 e 1889 , surgiram centenas de pequenas fábricas , entre manufaturas de algodão e indústrias de bens de consumo, vela , sabão, papel , couro , vídeo , etc. Nesse período , o empresário mais famoso foi Irineu Evangelista de Souza (1813-1889) , que , mais tarde, ficou conhecido como Visconde de Mauá. Como industrial, Visconde de Mauá criou fundações e estaleiros. Ele chegou , inclusive a possuir bancos no Brasil e no Uruguai. Além disso , Mauá fundou companhias de navegação a vapor , transporte urbano e iluminação a gás, assim como ferrovias e linhas telegráficas, buscando , de modo pioneiro , modernizar o país. As dificuldades e o posterior falências de Mauá revelam algumas contradições do período . De um lado , a modernização esbarrava na escravidão : Limitada participação escrava nas trocas monetárias impedia a universalização das relações de mercado. A forte desconfianças e a oposição dos senhores rurais escravistas também eram empecilhos ao desenvolvimento industrial. De outro, a instabilidade do mercado internacional e a concorrência estrangeira atuavam como freio aos pioneiros da indústria no Brasil. A propósito, Ma´á atribuiu sua ruína a inimizades políticas no Brasil e no Uruguai , bem com a desfalques de seus sócios ingleses na construção da ferrovia Santos-Jundaí. Assim, apesar de alguns esforços em prol da modernização , a industrialização brasileira foi bastante limitada nessa época . Com um mercado frágil e instável , em lenta ampliação , as transformações foram superfícies e artificiosas, resultantes de esforços isolados. Ainda não havia um grupo industrial , mas empresários que diversificavam seus investimentos tornando-se rentistas e fundando pequenas indústrias. As velhas bases da economia colonial - o latifúndio, a agricultura de exportação e o trabalho escravo - persistiam. O modo de produção e a mentalidade escravista continuavam a corroer as possibilidades de mudanças.
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