Quando se analisa a modernização da agricultura, é comum que se pense apenas na modernização das técnicas - substituição de trabalhadores por máquinas , uso intensivo de insumos e desenvolvimento da biotecnologia - e que se esqueça de observar as consequências dessa modernização na relações sociais de produção e na qualidade de vida da população. O campo brasileiro foi dominado pela grande propriedade ao longo da história. Entre as décadas de 1950 e 1980 , a monocultura e a mecanização foram estimuladas por sucessivos governos como modelo de desenvolvimento e crescimento econômico. Enquanto isso, a agricultura familiar esteve relegada a segundo plano na formulação das políticas agrícolas, resultando na expulsão acelerada de pequenos proprietários e trabalhadores rurais do campo para as cidades. Diferentemente do ocorrido em países desenvolvidos, em nosso país os empregos no setor urbano-industrial eram em geral mal remunerados e não proporcionaram condições adequadas de moradia, alimentação e transporte, além de outras necessidades básicas. Os agricultores dos países europeus ocidentais e dos Estados Unidos que migraram para as cidades o fizeram predominantemente por fatores de atração (maior densidade de comércio e serviços, salários mais altos etc.) . No Brasil os fatores de repulsão (concentração de terras, baixos salários, desemprego etc.) foram os que mais contribuíram, e ainda contribuem , para explicar o movimento migratório rural-urbano. É impossível entender as grandes desigualdades sociais do Brasil, que apresenta uma das maiores concentrações de renda do mundo, sem considerar essa dinâmica. A opção pelo fornecimento da agricultura familiar e a realização de reforma agrária, sobretudo nas décadas em que a população era predominantemente rural, poderiam ter possibilitado melhores condições de vida a milhões de famílias. Uma das consequências da modernização das técnicas é a completa subordinação da agropecuária ao capital industrial - além da valorização das terras agricultáveis- , que promove a concentração das propriedades e a intensificação do êxodo rural. CASO um agricultor se recuse a comprar os fertilizantes produzidos pelas indústrias ou não tenha condições financeiras para isso, terá sérias dificuldades em vender sua produção, porque os alimentos terão uma aparência inferior e o preço pago pelos comerciantes será menor.
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