A nossa sociedade vive momentos de grandes transformações; um cenário parecido com aquele da época da Revolução Industrial , iniciada no século XVIII . A grande diferença está no fato de que tais transformações , verdadeiras metamorfoses , ocorrem muito mais rapidamente e, portanto, são sentidas numa escala de tempo menor. Já no início da década de 80 , os americanos sugeriram o termo metabolismo urbano para colocar em evidência , de forma sintética , os problemas decorrentes do crescimento da mancha urbana. Hoje em dia, usa-se a expressão metabolismo urbano para designar as transformações que ocorrem no ambiente total do organismo metropolitano , onde se processam as mais variadas atividades humanas (sociais , biológicas , culturais , entre outras). Sob a óptica da ecologia , a avaliação da qualidade e da quantidade de tudo aquilo que circula no organismo urbano , como energia , ar, água , precipitações pluviais , alimentos etc., é essencial , pois serve de referência na busca e na garantia da boa funcionalidade da vida metropolitana e também do próprio processo do metabolismo. É importante notar que essas transformações urbanas são muitas , diferentes umas das outras , e que convivem , sobrepõem-se: sistemas viários , impermeabilização de solos, esgotos , sistemas de tratamento de água, verticalização, geração , produção e consumo de energia. O metabolismo urbano tem adquirindo característica inéditas no mundo contemporâneo. Uma delas , aliás muito marcante, refere-se à geração , durante os processos produtivos , de dejetos não reciclados ou que só são degradados pela natureza depois de muitos e muitos anos , quando o são. Resultado: diversas formas de contaminações ambientais que comprometem a qualidade de vida, chegando mesmo a limitar o próprio crescimento econômico. As latinhas de alumínio , de refrigerante e cerveja , por exemplo, vêm sendo gradativamente recicladas , mas ainda é expressiva a quantidade desse material que é lançada em reservatório naturais. Os efeitos negativos do crescimento descontrolado das cidades , que são mais acentuado nas grandes metrópoles , têm transformado grandes aglomerados urbanos em epicentros de degradação ambiental em proporções planetárias. (...) As cidades são as estruturas materiais mais complexas que o homem já construiu e correspondem a um meio ambiente radicalmente transformado - as leis e os procedimentos humanos é que regulam a dinâmica desse novo ecossistema heterotrófico. A ideia de que soluções válidas para determinada situação , em determinada situação , em determinado local, possam valer para qualquer outro lugar (intensivamente utilizada em muitos discursos políticos) é no mínimo em equívoco. O fenômeno urbano ocorre de modo singular , pois não existem duas cidades iguais , ainda que haja semelhanças em alguns pontos que permitem definir certas caracterizações.
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