É a ligação notável de certos caracteres ao sexo. O fenômeno é observável pela ocorrência do caráter , mais frequentemente nos indivíduos de um sexo do que nos indivíduos do outro sexo. Isso se justifica pelo fato de estar o gene condicionante do caráter em foco situado num locus do heterocromossomo X. Na primeira década dos século XX, nos laboratórios da Universidade de Colúmbia , nos Eua , o cientista Thomas Hunt Morgan Verificou , entre numerosas mosquinhas de frutos (Drosophila Meganogaster), que era muito comum estas apresentarem olhos vermelhos. Ocasionalmente, surgia uma com olhos brancos. Analisando-a , ele constatava tratar-se sempre de macho. Cruzando os machos de olhos brancos com fêmeas de olhos vermelhos , resultava uma progênie apenas com indivíduos de olhos vermelhos. Mas , quando ele cruzava os indivíduos dessa geração entre si, surgiam novamente moscas de olhos vermelhos e alguns machos de olhos brancos. Nunca apareciam fêmeas de olhos brancos. Essa característica, segundo Morgan , devia estar de alguma forma ligada ao sexo. Era a descoberta da vinculação ao sexo ou sex-linkage. Hoje conhecem-se numerosos caracteres , no homem e nos outros animais , transmitidos por genes situados nos heterocrossomos X. Dois exemplos muito conhecidos na espécie humana são a hemofilia e o daltonismo. Um detalhe importante que você não pode desconhecer: os genes sex-linked (vinculados ao sexo) localizam-se em determinados loci do cromossomo X sem correspondentes no cromossomo X e Y (homólogo dele). Apesar de serem os cromossomos X e Y homólogos entre si, existem loci em um que não têm alelos correspondentes no outro. Os genes sex-linked , por sua própria condição de só se encontrarem no cromossomo X e não no Y , estão sempre em hemizigose nos indivíduos do sexo masculino (em drosófilas e na espécie humana). Você já conhecia as palavras homozigose e heterozigose. Agora, acrescente mais esta: hemizigose. Tanto hemofilia quanto no daltonismo, o gene determinante da anormalidade é recessivo . Assim, a mulher para revelar qualquer desses caracteres tem de ser homozigótica (Xh Xh Xh) ou (Xd XD), pois se for heterozigótica (Xh Xh) ou (Xd Xd) será clinicamente normal, ainda que portadora do gene da hemofilia ou do daltonismo , respectivamente . Nesse caso, ela poderá transmitir esse gene aos descendentes. Ao homem , sendo de constituição XY, basta ter no seu cromossomo X(único) o gene para uma dessas anormalidades que fatalmente a revelará. Apesar de recessivo , o gene, em homozigose (sem o dominante para inibi-lo), se manifesta . Logo, há muitos mais homens com essas anormalidades vinculadas ao sexo do que mulheres. Daí, a vinculação. A frequência do daltonismo nas diferentes populações humanas é de cerca de 6% para os homens e de 0,25% para as mulheres. Já quanto à hemofilia , um em cada 10000 homens é hemofílico. A frequência do Xh é de 1/ 10.000. Como a mulher , para ser hemofílica , precisa ser homozigótica ( a probabilidade de de ocorrer duas vezes Xh numa pessoa é dada pelo produto das probabilidades isoladas), a frequência de hemofilia nas mulheres é da ordem de: 1/100,000,000 --> Embora praticamente não se encontrem mulheres hemofílicas , pelo exposto acima , elas , contudo, podem ser portadoras do gene em heterozigose e , por isso , responsáveis diretas pelo aparecimento de novos hemofílicos . Um exemplo disto é a célebre e nobre linhagem da rainha Vitória da Inglaterra.
A Reprodução Dos Seres Vivos
Até a metade do século passado, era comum a crença de que os seres vivos pudessem originar-se a partir da matéria bruta, inanimada , existente no meio. Nisso se baseava a antiga concepção da geração espontânea. Os conhecimentos modernos de Biologia vieram mostrar que , nas condições atuais do mundo, todo ser vivo provém de outro ser vivo , por um processo mais simples ou mais complicado de reprodução, mas nunca por geração espontânea. A reprodução é um fenômeno presente em todos os tipos de seres , sejam eles animais, plantas , bactérias ou vírus. Nem sempre a reprodução exige a participação conjunta de dois indivíduos de sexos diferentes. Nós veremos casos em que um indivíduo isolado (uma fêmea) pode ter crias. Também veremos que, para haver reprodução , mas nunca por geração espontânea. A reprodução é um fenômeno presente em todos os tipos de seres , sejam eles animais , plantas , bactérias ou vírus. Nem sempre a reprodução exige a participação conjunta de dois indivíduos isolado (uma fêmea) pode ter crias. Também veremos que, para haver reprodução sexuada entre um macho e uma fêmea , não há necessariamente a obrigação de haver um ato sexual ou cópula. As plantas reproduzem-se sexuadamente e, entre elas , não há nenhuma realização de coito. Os anfíbios , como os sapos , realizam um encontro que não passa de um aparente ato sexual, pois , na realidade , espermatozoides e óvulos são lançados na água. E nela ocorre a fecundação. Existem ainda, outros e seres que requer produzem espermatozoides ou óvulos. Eles não se reproduzem a partir de células especializadas para a reprodução , mas graças à simples fragmentação dos seus corpos. Estes seres nem precisam de órgãos sexuais, como é o caso da ameba. Já com mais complexidade , existem seres que possuem num único corpo os órgãos reprodutores de ambos ou sexos. Eles são chamados hermafroditas. E muitos deles podem fecundar-se a si mesmos (autofecundação) , originando descendentes. É o que ocorre , por ocorre, por exemplo , com as tênias ou solitárias. Como você vê , o fenômeno da reprodução é muito variável nas suas formas de ocorrência. Muitas vezes , você vai observar que um mesmo grupo de organismos pode realizar diferentes modalidades de reprodução , conforme circunstâncias especiais do ambiente ou da sua própria condição interna. O fenômeno da reprodução abre caminho para comentários sem fim . Alguns deles são capazes de nos levar a conjecturas muito atraentes . Veja , por exemplo, que numa simples ejaculação de um homem normal, são eliminados de 200 milhões a 300 milhões de espermatozoides. Se cada uma dessas células pudesse originar uma nova criatura , um homem estaria apto a povoar toda a América do Sul com um única ejaculação. E, durante toda a sua vida , ele poderia povoar grande parte de uma galáxia. No entanto , cada homem , no mundo moderno, não tem mais que alguns poucos descendentes. Admitindo-se que a população humana mundial tenha cerca de três bilhões de pessoas , e que cada uma delas tenha surgido a partir de um espermatozoide , poder-se-ia, então calcular que todos os espermatozoides que originaram a atual população mundial (tendo em vista a pequeníssima dimensão do gameta masculino) caberiam no modesto espaço de uma pílula. Outra conjectura interessante revela que o corpo de um homem adulto tem um peso 50 bilhões de vezes maior do que o peso do pequeno zigoto que o originou . O zigoto , você se lembra , é a primeira célula resultante da união de um espermatozoide com um óvulo. E essa célula se reproduz tantas vezes , que aos poucos , o organismo se diferencia , surge , nasce e cresce. Mas tudo isso acontece dentro de uma incrível programação genética contida inicialmente nos minúsculos núcleos dos gametas. Quase tudo o que acontece na intimidade de um organismo já estava planejado (como uma programação de computador) através de genes muito especiais. Veja bem : se os alimentos são mais ou menos os mesmos para todos os tipos de indivíduos , e os fenômenos nutritivos apresentam impressionante semelhança entre todos os seres , como explicar que, a partir dos mesmos protídios , glicídios , lipídios , sais e vitaminas , cada organismo se desenvolva , formando suas próprias substâncias , tanto no sentido específico quanto individual ? Podemos constatar este fato observando que do mesmo solo e , portanto, das mesmas fontes nutritivas , diferentes plantas formam seus frutos com sabores diversos , como o lião , o jiló , a banana , ou produzem flores das mais variadas formas , dimensões , cores e perfumes. Toda a "programação" de cada organismo está contida no núcleo das suas células , sede dos fatores de ligação entre o indivíduo e a sua descendência. A Reprodução e Genética são dois capítulos indissociáveis da Biologia . Estão sempre de mãos dadas.
As Cidades e a Urbanização Brasileira
Até meados dos anos 1960 a população brasileira era predominantemente rural. Entre as décadas de 1950 e 1980 milhões de pessoas migraram para as regiões metropolitanas e capitais de estados. Esse processo provocou inchaço , segregação espacial e aumento das desigualdades nas grandes cidades, mas também melhoria em vários indicadores sociais , como redução da natalidade e dos índices de mortalidade infantil , além do aumento na expectativa de vida e nas taxas de escolarização. A fundação de Brasília (1960) e a abertura de rodovias integrando a nova capital ao restante do país provocaram significativas alterações nos fluxos migratórios e na urbanização brasileira . As novas possibilidades de ocupação do território das regiões Centro-Oeste e Norte por meio da criação de gado e do cultivo de grãos, entre outras atividades , promoveram a integração de novas regiões agrícolas à dinâmica econômica comandada pelo Sudeste e Sul. Houve crescimento das cidades que já existiam , inauguração de outras , e , consequentemente , reflexos na rede urbana brasileira. Nas regiões Nordeste , Sudeste e Sul também ocorreu a estruturação de novas redes urbanas comandadas por cidades médias que se modernizaram , provocando alteração no destino de muitos migrantes e redução dos movimentos de população em direção às grandes metrópoles. Nesta sintonia, iremos estudas as cidades , a urbanização e a rede urbana do Brasil , o que nos ajudará a esclarecer algumas indagações: o que se considera cidade e população urbana em nosso país? Por que temos índices de urbanização superiores aos do Japão, Itália , França e Alemanha ? Quais as implicações da criação e/ou emancipação de novos municípios? O que é Plano Diretor e qual sua importância para os cidadãos enfrentarem os problemas que existem nos municípios onde moram?
Trocas Culturais
No mundo globalizado em que vivemos , tendo nosso cotidiano invadido por situações e informações provenientes dos mais diversos lugares , é possível afirmar que há uma cultura "pura"? Até que ponto chegou o processo de mundialização da cultura? Em seu livro "Culturas Híbridas" , o pensador argentino Néstor García Canclini analisa essas questões. Lançando um olhar sobre a história , ele declara que , até o século XIX, as relações culturais ocorriam entre os grupos próximos, familiares e vizinhos, com poucos contatos externos. Os padrões culturais resultavam de tradições transmitidas oralmente e por meio de livros, quando alguém os tinha em casa, porque bibliotecas públicas ou mesmo escolares eram raras. Os valores nacionais eram quase uma abstração , pois praticamente não havia a consciência de uma escala tão ampla. Já no século XIX e início do século XX , cresceu a possibilidade de trocas culturais , pois houve um grande desenvolvimento dos meios de transporte , do sistema de correios , da telefonia , do rádio e do cinema . As pessoas passaram a ter contato com situações e culturas diferentes. As trocas culturais efetivadas a partir de então ampliaram as referências para avaliar o passado, o presente e o futuro. O mundo não era mais apenas um local em que um grupo vivia. Tornou-se muito mais amplo, assim com as possibilidades culturais. A cultura nacional passou a ter determinada constituição e os valores e bens culturais de vários povos ou países cruzaram-se , com a consequente ampliação das influências recíprocas. No decorrer do século XX , com o desenvolvimento das tecnologias de comunicação, o cinema , a televisão e a internet tornaram-se instrumentos de trocas culturais intensas , e os contatos individuais e sociais passaram a ter não um , mas múltiplos pontos de origem. Desde então as trocas culturais são feitas em tal quantidade que não se sabe mais a origem delas. Elementos de culturas antes pouco conhecidas aparecem com força em muitos lugares, ao mesmo tempo. As expressões culturais dos países centrais, como os Estados Unidos e algumas nações da Europa , proliferam em todo o mundo. As culturas de países distantes ou próximos se mesclam a essas expressões , construindo culturas híbridas que não podem ser mais caracterizadas como de um país , mas como parte de uma imensa cultura mundial. Isso não significa que as expressões representativas de grupos , regiões ou até de nações tenham desaparecido. Elas continuam presentes e ativas , mas coexistem com essas culturas híbridas que atingem o cotidiano das pessoas por meios diversos , como a música , a pintura , o cinema e a literatura , normalmente fomentadas pela concentração crescente dos meios de comunicação. Alguém poderia perguntar: Por que essas formas particulares , grupais, regionais ou nacionais deveriam existir no universo cultural mundial, já que vivemos num mundo globalizado? Em seu livro "Artes Sob Pressão : Promovendo a Diversidade Cultural na Era da Globalização" , o sociólogo holandês Joost Smiers responde que assim haveria a possibilidade de uma diversidade cultural ainda maior e mais significativa; haveria uma democracia cultural de fato à disposição de todos. Em suas palavras : "A questão central é a dominação cultural, e isso precisa ser discutido com propostas alternativas para preservar e promover a diversidade no mundo".
Revoluções Clássicas (Revolução Inglesa / Revolução Americana)
Quando falamos em revolução sempre nos vêm à mente os três grandes movimentos que ocorreram em países da Europa e nos Estados Unidos: As Revoluções Inglesa, Francesa e Americana. Movimento em que parte dos senhores de terras e comerciantes se insurgiram contra o poder absoluto do rei e de seus associados (principalmente a nobreza e o clero, que nada produziam). Iniciado em 1642 , tinha como objetivo limitar e condicionar esse poder a determinar funções , impedindo o controle do comércio e da indústria e a criação de impostos pelo rei sem autorização do Parlamento. Após prolongado conflito civil , as forças políticas que lutavam contra o absolutismo derrubaram a monarquia em 1649 e proclamaram a República. Esse movimento tornou possível a eliminação dos últimos laços que prendiam os ingleses a uma sociedade feudal. A monarquia foi restaurada em 1660, mas rei e os nobres perderam os poderes anteriores. O Parlamento havia adquirido força política e dividia o poder com a monarquia . Era o grande passo para que o mercantilismo se expandisse e como consequência o processo de industrialização, que aconteceria no século seguinte. O fundamental nesse processo foi a implantação de uma série de direitos que hoje são considerados universais. Mas foi um movimento em um único país e alterou substancialmente a situação apenas em uma sociedade. Só posteriormente teve repercussão maior. Transcorreu em 1776, caracterizando-se como luta contra o colonialismo inglês em que não havia a intenção de alterar profundamente as relações sociais, nem de transformar a propriedade , nem tampouco de abolir a escravidão. Foi considerada uma revolução orque teve grande repercussão , principalmente nos países da América Latina , e seu ideário pregava a liberdade, ou seja, o rompimento dos laços coloniais.
Fome e Coronelismo
A partir da década de 1940 a questão das desigualdades sociais aparecia sob novo olhar , que passava ainda pela presença do latifúndio , da monocultura e também do subdesenvolvimento. Em seus livros Geografia da Fome e Geopolítica da Fome , publicados respectivamente em 1946 e 1951, Josué de Castro procurou analisar a questão de desnutrição e da fome das classes populares , explicando-as com base no processo de subdesenvolvimento , o qual gerava desigualdades econômicas e sociais entre os povos que, no passado, tinham sido alvo de exploração colonial no mundo capitalista. Defendia a educação e a reforma agrária como elementos essenciais para resolver o problema da fome no Brasil. Outro autor, Victor Nunes Leal, em seu livro Coronelismo , Enxada e Voto: O Município E O Regime Representativo no Brasil, publicado em 1948 , apresentava o coronel vinculado à grande propriedade rural , principalmente no Nordeste , como a base de sustentação de uma estrutura agrária que mantinha os trabalhadores rurais em uma situação de penúria , de abandono e de ausência de educação. A relação entre as desigualdades e as questões raciais voltou a ser analisada na década de 1950 , numa perspectiva que envolvia a situação dos negros na estrutura social brasileira. São exemplos os trabalhos de Luiz Aguiar Costa Pinto, que em 1953 publicou. O Negro No Rio de Janeiro, e de Roger Bastide e Florestan Fernandes , que também em 1953 lançaram o livro Negros e Brancos em São Paulo . Eles abordaram essa questão do ponto de vista das desigualdades sociais, procurando desmontar o mito da democracia racial brasileira , e colocaram o tema da raça no contexto das classes sociais. Na década de 1960, alguns trabalhos podem ser tomados como exemplos da continuidade dessa discussão. Florestan Fernandes ( A Integração do Negro na Sociedade de Classes) , Octávio Ianni (Metamorfose do Escravo) e Fernando Henrique Cardoso (Capitalismo e Escravidão No Brasil Meridional) analisaram a situação dos negros no Sudeste e Sul do Brasil. Com seus trabalhos , demonstraram que os ex-escravos foram integrados de forma precária , criando-se uma desigualdade constitutiva da situação que seus descendentes vivem até hoje. Muitos outros autores , desde então, analisam essa questão , que continua presente no nosso cotidiano.
Cooperação Nas Sociedades De Mamíferos
Entre os mamíferos , há várias sociedades com grande grau de união e de cooperação . Alguns animais soltam um grito de alarme quando veem um predador aproximar-se do grupo. Por exemplo, os macacos babuínos do Quênia emitem três tipos de grito: um para leopardos ; outro para serpentes ; e um para águias. Cada grito produz uma reação diferente. Quando ouvem o grito para leopardos, eles sobem nas árvores. Se o aviso é sobre águias, imediatamente olham para o céu e correm para se esconder. Quando se refere a serpentes , erguem-se sobre as patas traseiras e observam com cuidado o mato ao redor. É frequente os animais de determinada sociedade dividirem alimento entre si. Os morcegos vampiros que não conseguem comida quase sempre encontram outro morcego vampiro que lhes doa sangue por meio da regurgitação: o animal lança pela boca um pouco do alimento que ainda estava em seu estômago. Para o morcego, essa ajuda é fundamental , pois ele morrerá se não conseguir alimento por duas noites seguidas. A espécie humana vive em sociedades. Podemos supor que a cooperação na sociedade tenha sido importante para a sobrevivência dos ancestrais humanos nas savanas africanas , uma vez que, individualmente , não eram tão hábeis e fortes como os carnívoros que caçam nas savanas. Além disso, o desenvolvimento do cérebro confere ao ser humano grande capacidade de suas ações. Com isso , pode estimular de forma consciente a cooperação entre os indivíduos, mostrando os seus benefícios.
Canibalismo
Algumas vezes um animal mata e devora outro da mesma espécie, fenômeno denominado canibalismo. Entre alguns insetos, os animais mais fracos ou doentes são devorados pelos sadios. Algumas aranhas fêmeas devoram o macho após o ato sexual. Na falta da presa costumeira , alguns peixes predadores , alguns peixes predadores podem comer os indivíduos mais jovens. Às vezes , os machos de alguns primatas e os leões matam e comem os filhotes que não são deles; por exemplo, um novo leão pode matar os filhotes de menos de um ano que as fêmeas tiveram com o leão anterior. Quando isso acontece , a fêmea entra no período fértil mais cedo. O canibalismo ocorre também em populações de anfíbios que se desenvolvem em poças de água de curta duração, caso em que é importante completar a metamorfose antes que a poça seque. O resultado é que os animais que amadurecem mais rápido devoram os mais jovens , conseguindo comida para acelerar seu desenvolvimento. A aranha popularmente conhecida como viúva-negra , logo após o acasalamento , devora o macho , e , quando há falta de alimento, ratos podem comer seus próprios filhotes. Em 2006, no Alasca , pesquisadores observaram um caso inédito de canibalismo: um grupo de ursos-polares machos matou e devorou duas fêmeas , um filhote e um macho jovem. Os ursos-polares alimentam-se principalmente de focas , e os pesquisadores acham que o aquecimento global , que fez diminuir em 20% a calota polar ártica nos últimos trinta anos, reduziu o território de caça desses animais. A falta de alimento teria provocado o canibalismo. Segundo algumas previsões, esses ursos podem estar extintos em vinte anos.
Entre 1822 e 1889
Da independência à República , havia no país um Estado imperial constitucional com os poderes Executivo (Conselho de Estado), Legislativo (Assembléia Geral, composta do Senado e da Câmara dos Deputados) e Judiciário (Supremo Tribunal de Justiça). No entanto, havia algo diferente no Brasil de Dom Pedro I: o poder Moderador , Exercido pelo Imperador. O poder Moderador , Exercido pelo Imperador. O poder moderador ficava acima dos outros três , pois o imperador nomeava os integrantes do Conselho de Estado (O Executivo) e do Senado , escolhia os membros do Supremo Tribunal , podia dissolver a Câmara dos Deputados e utilizar as Forças Armadas quando achasse conveniente para manter a segurança do Império. Dom Pedro tinha o poder absoluto com uma maquiagem liberal , já que havia uma constituição no país. Parecia que existia um parlamentarismo , mas de fato, quem exercia o poder era o imperador. Depois da abdicação de Dom Pedro I , com as Regências e o governo de Dom Pedro II, a estrutura política do Brasil manteve-se igual. Talvez o Brasil tenha sido o único país do mundo em que uma constituição liberal coexistiu com a escravidão. Isso é uma grande contradição , pois a constituição liberal dispõe que todos os indivíduos são iguais perante a lei, e que a escravidão é a negação disso. A permanência dessa contradição se explica pelo fato de a escravidão ser um dos elementos estruturais do Império. Ela foi abolida , em 1888 , e a monarquia caiu em seguida.
Agricultura Patronal
Na agricultura patronal (ou empresarial) , prevalece a mão de obra contratada e desvinculada da família do administrador ou do proprietário da terra. As grandes empresas agrícolas são as responsáveis pelo desenvolvimento dos sistemas agrícolas em que predominam os complexos agroindustriais , nos quais as atividades agrícolas estão integradas às industriais. Aparecem sobretudo nos países desenvolvidos - Estados Unidos, Canadá , Austrália e alguns países da Unidão Europeia - , em economias emergentes como Brasil , Argentina , Indonésia e Malásia , e em algumas regiões tropicais da África que vêm recebendo investimento estrangeiro , principalmente da China e de países do Oriente Médio . Nessas empresas, a produtividade é muito alta em decorrência da seleção de sementes , do uso intensivo de fertilizantes , do elevado grau de mecanização no preparo do solo, no plantio e na colheita , da utilização de silos de armazenagem e do sistemático acompanhamento de todas as etapas de produção e comercialização por técnicos , engenheiros e administradores. Sua produção é voltada ao abastecimento tanto do mercado interno quanto ao externo. Desta forma , as atividades agrícolas e pecuárias estão plenamente integradas aos setores industriais e de serviços , criando uma grande cadeia produtiva. O insumos (fertilizantes , agrotóxicos , rações , vacinas , combustíveis) e equipamentos (tratores , colheitadeiras , sistemas de irrigação , estufas etc.) utilizados pela agropecuária são produzidos por indústrias especializadas. Em contrapartida, os produtos agrícolas abastecem as agroindústrias responsáveis pelo processamento de matérias-primas e de alimentos , as industrias químicas , têxteis , de mobiliário e de muitos outros produtos que são consumidos no mercado interno e/ou exportados. A agropecuária exerce influência direta sobre vários setores da economia , criando uma vasta cadeia produtiva . Essa influência é chamada pelos economistas de "efeitos para a frente e para trás", ou ainda , "efeitos a montante e a jusante" . Antes da produção agrícola e pecuária , são acionadas indústrias de máquinas , adubos , agrotóxicos , vacinas, rações , arames para cercas etc. Após a produção , as atividades na agroindústria , na armazenagem e na comercialização são postas em ação. Além disso , ao longo de toda a cadeia estão envolvidos os setores de transporte, energia, comunicações, administração , marketing , vendas, seguros e muitos outros. Essa extensa cadeia produtiva constitui os complexos agro-industrias, agronegócios, que envolvem todas as atividades primárias , secundárias e terciárias que fazem parte da cadeia produtiva. Para ilustrar a importância econômica dos agronegócios , podemos observar os dados quantitativos brasileiros de 2008 segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (Esalq) da USP. Nesse ano, o PIB da agropecuária atingiu a cifra de R$ 764 bilhões; enquanto agropecuária foi responsável por cerca de 7% do PIB brasileiro, os agronegócios foram responsáveis por aproximadamente 26% de toda a produção econômica do país. Os governos também costumam analisar o setor agropecuário considerando sua ligação com outras esferas socioeconômicas: a importância dos agronegócios para o mercado de trabalho e no combate ao desemprego, a garantia de abastecimento alimentar em quantidade e qualidade satisfatório e , finalmente , sua influência na balança comercial ao reduzir as importações e estimular as exportações. Esses fatores levam muitos países, sobretudo os desenvolvidos , a estabelecerem políticas protecionistas e subsídios à produção agropecuária , o que cria fortes distorções no mercado mundial e prejudica muitos países em desenvolvimento e emergentes. Nos países desenvolvidos e nas regiões modernas dos países em desenvolvimento , onde os complexos agroindustriais se implantaram , verificou-se um tendência à concentração de terras e à especialização produtiva. Nos Estados Unidos , por exemplo, as grandes propriedades. Na área de um cinturão , embora haja outros produtos, predomina um determinado tipo de cultivo que lhe dá o nome , como é o caso, por exemplo, do cinturão do milho/soja. No Brasil também existem várias regiões especializadas em determinado produto : cana-de-açúcar, e laranja no oeste Paulista , Grão (Soja , milho e outros) na Campanha Gaúcha , no Oeste Baiano, no Sul do Maranhão e Piauí e em vastas áreas do Centro-Oeste , criação de aves e suínos e processamento de sua carne no Oeste Catarinense , produção irrigada de frutas no Vale do São Francisco, entre muitos outros exemplos. Outro tipo de agricultura cuja mão de obra está desvinculada do proprietário ou do administrador é a plantation. grande propriedade monocultora, com produção de gêneros tropicais, voltada para a exportação. Forma de exploração típica dos países tropicais , a plantation foi amplamente utilizada durante a colonização europeia na América , com mão de obra escrava. Expandiu-se posteriormente para a África e para o Sul e o Sudeste Asiático. Na atualidade, esse sistema permanece em várias regiões de países em desenvolvimento (Colômbia , países da América Central , Gana , Costa do Marfim , Índia , Malasia, etc.). Além de mão de obra assalariada , utiliza trabalho semi-escravo, quando se trabalho em troca de moradia e alimentação, adota tecnologia defasadas e não obtém grande produtividade.
Cidadania Hoje
Com a Constituição de 1988, chamada de Constituição Cidadã, foi possível haver pela primeira vez na história brasileira uma legislação democrática garantindo a plenitude dos direitos civis , políticos e sociais no Brasil. O aspecto mais marcante dessa Carta é que os direitos e garantias fundamentais aparecem antes das disposições sobre o funcionamento dos poderes do Estado. Isso significa que o Estado está a serviço dos cidadãos e que esses direitos não podem ser abolidos por ninguém. Em outras palavras , os direitos humanos - civis , políticos e sociais - estão acima do Estado e legalmente definidos. Os direitos humanos ganharam tal posição na constituição porque , nos últimos anos da ditadura militar, ocorreram muitos movimentos sociais em defesa deles. No entanto, para que se tornem realidade muita luta ainda será necessária. Como sabemos, a questão dos direitos no Brasil parece estar invertida em relação ao que se observou nos Estados Unidos e nos países europeus. Os direitos civis e políticos foram restritos na maior parte de nossa história, e as propostas de direitos sociais tiveram sempre o sentido de aplacar as condições precárias de vida da população. Só recentemente podemos dizer que temos todos os direitos estabelecidos nas leis. Ainda assim, há muito por fazer para que as pessoas possam de fato viver dignamente , com educação de qualidade , sistema de saúde eficiente , direitos trabalhistas permanentes , terra para trabalhar e habitação digna.
A Industrialização E As Greves
As greves trabalhistas existem desde o início do processo de industrialização. Dos primeiros movimentos até nossos dias, os trabalhadores sempre lutaram por melhores salários. Procuraram também regulamentar o trabalho infantil e feminino, além de reivindicar a diminuição da jornada de trabalho por meio de um movimento internacional pelas oito horas diárias. Os trabalhadores mobilizaram-se pela organização de sindicatos e também por melhores condições de trabalho nas empresas. Pouco a pouco passaram a visar à conquista ou efetivação de direitos , principalmente os sociais , como saúde , transporte , educação , previdência e habitação. Com essas lutas houve a preocupação de discutir questões mais gerais, como as políticas econômicas que geram desemprego. Em outubro de 2005, por exemplo, milhares de pessoas protestaram na França por meio de uma greve de um dia , que paralisou o transporte público. O objetivo era pressionar o governo por mudanças em suas políticas trabalhistas e econômicas. A greve foi convocada pelas principais centrais sindicais francesas contra os baixos salários , o desemprego , a queda do padrão de vida e uma lei que tornava mais fácil às empresas demitir funcionários.
A Cidadania Regulada
Entre 1930 e 1964 , a situação dos direitos civis e políticos variou bastante , mas na maior parte do tempo eles foram restritos ou abolidos. Os direitos sociais, por sua vez , tiveram uma evolução , embora sob a supervisão do Estado. Configurou-se o que o sociólogo brasileiro Wanderley Guilherme dos Santos chamou de "cidadania regulada", uma cidadania restrita e sempre vigiada pelo Estado , do ponto de vista legal ou policial. De 1930 a 1945 , os direitos civis e os direitos políticos evoluíram pouco porque foi curto o período de vigência de uma constituição liberal : já em 1937 foi implantado o Estado Novo , regime ditatorial que se prolongou até 1945. A participação da população restringiu-se às votações para o Legislativa , pois as eleições para os cargos executivos foram indiretas ou não ocorreram. De 1945 a 1964, os direitos civis e políticos retornaram a uma situação estável, com liberdade de imprensa, de manifestação e de organização partidária , mas houve exceções : o Partido Comunista do Brasil (PCB) , por exemplo , teve seu registro cassado em 1947 , e as greves só eram consideradas legais quando autorizadas pela Justiça do Trabalho. Quanto às eleições, a Constituição de 1946 determinava a extensão do voto a todos os cidadãos (homens e mulheres) maiores de 18 anos, menos os analfabetos. Assim, a participação da população nas eleições cresceu lentamente : em 1945 era de 13,4 ; em 1950, subiu para 15,9%; em 1960 , o índice de participação chegou a 18% (ainda muito baixo). No âmbito dos direitos sociais, o período do governo de Getúlio Vargas , mesmo durante a ditadura do Estado Novo , ficou conhecido como aquele em que se colocaram em prática as reformas trabalhistas no Brasil. Um dos primeiros atos desse governo foi a criação do Ministério do Trabalho , Indústria e Comércio , ideia completada em 1943 com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) . Inédita no Brasil até então, essa legislação continua vigente com poucas alterações importantes. As disposições mais significativas dessas leis foram a jornada de oito horas diárias para os trabalhadores do comércio e da indústria, a regulamentação do trabalho de menores e do trabalho feminino , o direito a férias remuneradas e a implantação do salário mínimo. Para que esses direitos se efetivassem , foi montada uma estrutura sindical , previdenciária e jurídica que envolveu a criação de diversos órgãos e instituições , entre os quais a Justiça do Trabalho , com tribunais regionais, o Tribunal Superior do Trabalho e os Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs) por categoria profissional, como a dos industriários , comerciários , ferroviários , bancários , etc. Houve a criação da Carteira de Trabalho como o documento do trabalhador, importante para que fossem esclarecidas pendências jurídicas entre patrões e empregados , e do Imposto Sindical (valor do salário de um dia de trabalho), que serviria para a manutenção dos sindicatos. A estrutura sindical foi construída como órgãos colaborador do Estado. Para que os sindicatos existissem oficialmente , era exigido seu reconhecimento pelo Ministério do Trabalho . Assim, o movimento operário tinha um dilema: ganharia a proteção do Estado e perderia a liberdade. Se quisesse ter liberdade sindical , perderia a proteção do Estado.
A Greve Como Elemento Central
A greve foi um dos instrumentos mais utilizados pelos trabalhadores na sociedade capitalista. A paralisação das atividades de uma ou mais empresas sempre se apresentou como uma poderosa arma de reivindicação. O movimento operário- e a greve em particular- pode ser analisado pelo menos de acordo com dois pontos de vista : o de Émile Durkheim e o de Karl Marx. O enfoque de Durkheim tem como ponto de partida a ideia de que todo conflito é resultado da inexistência de regras e normas (anomia) que regulem as atividades produtivas e a organização das várias categorias profissionais. A desordem (greve) é , para ele, um momento especial em uma ordem geral estabelecida e serve apenas para a desintegração da sociedade . Para Durkheim , a questão social é também moral, pois envolve ideias e valores divergentes dos da consciência coletiva. Conforme Durkheim , os desejos de alguns grupos ou de indivíduos devem estar submetidos aos sentimentos gerais da sociedade , e não a eles prevalecer. Assim, uma sociedade dividida não pode ser normal , pois o fundamental é manter a solidariedade orgânica decorrente da divisão do trabalho social. Karl Marx entende a questão de outra forma. A greve aparentemente é apenas um movimento reivindicatório por melhores salários e condições de trabalho. Mas , analisando um pouco melhor, percebe-se que em uma greve operária existem sempre três atores sociais : o trabalhador , o empresário capitalista e o Estado. O trabalhador representa a força de trabalho e só tem isso para defender ; assim , sua luta por melhores salários e condições de trabalho o coloca em confronto com o empresário , o que representa o capital , e cujo objetivo é conseguir o maior lucro possível. A greve , para Marx, é a expressão mais visível da luta de classes entre a burguesia e o proletariado. Ao Estado , que aparece na forma da legislação existente , cabe regular a relação entre o trabalho e o capital : as leis que podem proteger o trabalhador e seus direitos (que foram conquistados arduamente) também podem atuar em benefício do capital, o que acontece normalmente quando os tribunais decidem as questões trabalhistas . Mas o Estado age também com a força policial , a qual pode ser acionada para reprimir os trabalhadores em nome da normalidade e da paz social. Nessa perspectiva , numa greve questionam-se não só as condições de exploração em que vivem os trabalhadores, mas também a ação do Estado e seu caráter de classe. Numa greve operária questiona-se a própria estrutura da sociedade capitalista, que , em sua essência , é desigual e perpetua a exploração dos trabalhadores.
Mudanças Nos Últimos Anos
Como vimos até aqui , muitas coisas mudaram no Brasil e muitas outras foram conservadas ou não mudaram de modo significativo . Podemos observar que em alguns lugares o modo de vida assemelha-se ao das sociedades industrializadas de qualquer parte do mundo , tanto nas áreas urbanas como nas áreas rurais. Nas grandes cidades as duas situações convivem. Há no mesmo lugar extrema riqueza e extrema pobreza : gente que mora em condomínios fechados luxuosos e gente que vive embaixo de viadutos. Politicamente , pode-se dizer que as regras do jogo democrático estão consolidadas , isto é , as eleições são realizadas regularmente e os eleitos são empossados e terminam os mandatos (desde que não sejam julgados e tenham os mandatos extintos , como ocorreu com os ex-presidente Fernando Collor e vários parlamentares). No entanto, persistem ainda velhas práticas , como o clientelismo , "favor" , as decisões judiciais parciais e os conchavos políticos, que demonstra que o país não mudou tanto. Economicamente , nos últimos 20 anos , houve uma alteração substancial por causa da ampliação de inserção do Brasil no mundo. Foram necessárias mudanças internas para que o país pudesse se adequar ao novo padrão internacional de relações políticas e econômicas. O processo produtivo industrial foi modificado com a entrada de novas indústrias e a modernização tecnológica , principalmente via automação. Criou-se uma nova maneira de produzir muito com menos trabalhadores. Isso conduziu a uma situação estanha, pois o desenvolvimento não um implica aumento de vagas de trabalho. Houve também uma mudança no consumo e nas relações entre os indivíduos. Para indicarmos apenas uma situação, a utilização dos telefones celulares e da internet ocasionou mudanças comportamentais que impressionam- por exemplo , na relação entre os trabalhadores autônomos e seus clientes ; nas relações trabalhistas , pois o empregado pode ser alcançado em qualquer lugar e hora; na própria sociabilidade , pois as pessoas não conseguem mais viver sem estar conectadas , nas formas de consumo , dada a rápida obsolência dos aparelhos. Isso significa que a chamada globalização nos atingiu em cheio. E , como diz Francisco de Oliveira , sociólogo brasileiro, os meninos nas ruas vendendo balas , doces e quinquilharias não são o exemplo do atraso do país , mas a forma terrível como a modernização aqui se implantou.
Violência Urbana
A violência- roubos , assaltos , sequestros , homicídios etc. - atinge milhões de pessoas no mundo inteiro, fazendo muitas vítimas e gerando sensação de medo e insegurança. O indicador mundialmente considerado para medir a violência é o homicídio . Além de ser a maior agressão contra a pessoa , porque lhe tira a vida , quase todos os casos são relatados e, portanto, contabilizados nas estatísticas. A violência contra a pessoa não está necessariamente associada à pobreza , como muitas vezes se pensa. Por exemplo, há países mais pobres que o Brasil , como a Índia e o Vietnã, que apresentam índices significativamente menores de violência. Ela é mais grave em países marcados por acentuada desigualdade socioeconômica , entre os quais o Brasil. Nos países desenvolvidos , o nível de violência é desigual : como sabemos que os Estados Unidos apresentam índices de violência mais elevados do que países de igual nível de desenvolvimento e mesmo países bem mais pobres. Isso ocorre porque o país tem os maiores níveis de desigualdade no mundo desenvolvido , permite a livre comercialização de armas de fogo e impera uma cultura armamentista em amplos setores da população. Dentro de qualquer país , a violência também é desigual do ponto de vista social e territorial. Na maioria dos países , inclusive no Brasil, as maiores vítimas de homicídio são jovens de 15 a 24 anos do sexo masculino. Em termos territoriais , há estados , municípios e bairros mais violentos que outros. A violência contra a vida é maior nas regiões metropolitanas, onde vive grande parcela da população e a desigualdade social é mais acentuada . No Brasil, capital do estado de São Paulo é mais violenta do que a maioria das pequenas cidades brasileiras. Entanto, seria um erro concluir que as metrópoles são sempre mais violentas e as pequenas cidades sempre tranquilas. Entre 2004 e 2006 , a cidade mais violenta do Brasil, em termos relativos, foi Coronel Sapucaia, localizada na fronteira do Mato Grosso do Sul com o Paraguai. Naquele período esse município de 14 mil habitantes registrou uma média de 15,7 assassinatos , o que resulta numa taxa de 107,2 homicídios por 100 mil habitantes. A maior incidência de homicídios em termos absolutos naturalmente se concentra nas maiores cidades. São Paulo , com 11 milhões de habitantes , embora tenha o maior número absoluto de homicídios do país . No interior de uma metrópole o índice de violência é desigual , e mesmo dentro de um município há bairros com diferentes graus de violência. Os bairros mais bem equipados com infraestrutura urbana e mais bem policiados , em geral os mais centrais, tendem a ter um índice menor de violência que os bairros mal servidos, a maioria localizados na periferia. Por exemplo, em 2008 , o Jardim Paulista , um bairro central , teve um índice de homicídio de 1,3 por 100 mil habitantes; no outro extremo, Marsilac, localizado na periferia distante da zona sul da cidade , o índice foi o de 40,6 por 100 mil (média do município : 11,9). Na discussão sobre as causas da violência , os especialistas cada vez mais salientam a importância de se considerar o capital social de uma comunidade. Quando o capital social é alto - família , escola , igrejas , associações comunitárias , centros de esporte e lazer etc. - e as pessoas sentem-se amparadas por uma rede de apoio e proteção, há pouca propensão às ações criminais . Entretanto , quando o capital social é baixo , as pessoas ficam desamparadas , sem perspectiva , e muitas acabam caindo na rede de criminalidade, como acontece em muitas favelas , cortiços e bairros periféricos das cidades brasileiras.
Resumo da Fecundação
Nos vertebrados , os anexos embrionários são:
¤Vesícula vitelina : função nutridora (todos os vertebrados);
¤ âmnion ou bolsa amniótica: função protetora (apenas répteis , aves e mamíferos). Ausente em peixes e anfíbios;
¤ alantóide : função respiratória , excretora e transportadora de cálcio (desenvolvida em aves e répteis e atrofiada nos mamíferos). Também ausente em peixes e anfíbios;
¤ córion: função protetora (ovíparos e vivíparos);
¤Placenta: funções de trocas gasosas e metabólicas , imunização fetal e atividade hormonal (apenas mamíferos);
¤cordão umbilical: comunicação entre o embrião e a placenta (apenas mamíferos);
¤Decídua: função protetora (apenas mamíferos). Os gêmeos podem ser : univitelinos ou bivitelinos. Os univitelinos formam-se a partir de um mesmo zigoto. Têm constituições genéticas idênticas. Os bivitelinos decorrem de óvulos distintos fecundados por espermatozoides igualmente distintos. O que significa dizer que são provenientes de zigotos diversos. Naturalmente , têm constituições genéticas diferentes. A formação de gêneros univitelinos pode ser decorrente de uma divisão inicial dos blastômeros , na mórula , ou de uma divisão do embrioblasto, no blastocisto. No segundo caso, recebe o nome de blastodiérese. Quando os embriões de origem monozigótica não se separam completamente , resultam conceptos que se mostram ligados por alguma parte do corpo. Eles são conhecidos como irmãos siameses, por analogia com os gêmeos Chang e Eng , nascidos na Tailândia em 1811 e falecidos em Nova York em 1874, os quais viveram ligados entre si pelo tórax. Também se usa qualificar gêneros concrescentes pelo termo de xifópagos. Eles podem se mostrar ligados entre si pelo apêndice xifoide , pelo sacro ou pelo crânio. A placenta representou na evolução das espécies, uma contribuição da Natureza aos mamíferos , permitindo-lhes desenvolver suas criar embrionariamente dentro do ventre materno, com maior segurança . Isso evita o ataque predador aos ovos (o que ocorre com os animais ovíparos), que limita muito o número de descendentes viáveis. Assim, os mamíferos podem ter menos descendentes , porém com uma viabilidade maior dos mesmos.
Conjugação
Costumamos dizer que a natureza não dá saltos . De fato, nos primórdios do desenvolvimento da vida na Terra, os seres primitivos , muito inferiores , deveriam ser todos de reprodução assexuada. Aquelas espécies pagavam naturalmente o tributo que a reprodução agâmica cobra daqueles que a realizam . A evolução conduziu algumas espécies a um processo de aperfeiçoamento, visando a "criação" da reprodução gâmica. Não seria , contudo , possível a um indivíduo de reprodução gâmica . Não seria , contudo, possível a um indivíduo de reprodução direta originar de um só golpe um indivíduo mutante já dotado de órgãos especiais (gônadas) que produzissem gametas . Seria um salto muito grande dentro da Natureza. O meio mais lógico de aperfeiçoamento gradual surgiu com a conjugação. Ela é , na verdade , um meio termo entre reprodução assexuada e reprodução sexuada. Nela não há propriamente a formação de gametas , nem existem gônadas. Mas há uma troca de material nuclear entre células , promovendo em cada uma delas alguma recombinação gênica. Isso acarreta um certo grau de variabilidade entre os indivíduos de determinada espécie. Esses fragmentos nucleares formados em células vegetativas que se permutam e se fundem já representam a primeira tentativa de criação de gametas. Para efeito didático , entretanto, a conjugação é enquadrada entre os processos sexuados de reprodução , uma vez que encerra recombinação de material genético. Nas algas , podemos distinguir a conjugação isogâmica e a conjugação anisogâmica ou heterogâmica. No primeiro caso, as algas aproximam seus talos e , em certo portanto, começam a surgir brotos de ambos os lados, que são, na realidade , prolongamentos celulares. Esses brotos se encontram e formam uma ponto protoplasmática entre as células de ambas as algas . Por essa ponte passam os materiais nucleares de uma e de outra célula , que acabam fundindo-se no meio do caminho. O zigoto surge, então, entre as duas algas conjugantes. Esse tipo de conjugação é observado na alga Mougeotia sp., muito comum no litoral brasileiro. Na conjugação heterogâmica , que ocorre com a alga Spirogura sp.' o material nuclear da célula de uma das conjugantes passa sozinho para um célula da outra conjugante. O encontro de núcleos é realizado nesta última. Portanto , é como se houvesse um "gameta móvel" que se deslocasse de uma alga para outra, onde um "gameta fixo" esperasse por ele.
Aprenda Mais Sobre os Hormônios
Os hormônios são mensageiros químicos produzidos por células isoladas ou por glândulas endócrinas , que vão atuar sobre órgãos-alvo a distância , estimulando ou inibindo as funções destes últimos. As principais glândulas endócrinas e mistas humanas são: Hipófise ou Pituitária.
1- O seu lobo anterior produz :
STH ( hormônio somatotrófico ou do crescimento);
TSH (Hormônio Tireoestimulante);
ACTH (hormônio Adrenocorticotrófico);
FSH e LH (Hormônios Gonadotróficos);
Prolactina (Estimulante da lactação)
2- O lobo posterior dessa glândula acumula e libera na circulação hormônios de origem hipotalâmica. Ocitocina (estimulante da ejeção do leite);
ADH (Hormônio antidiurético ou vasopressina).
Tireóide - É o responsável pela formação do T3 (triiodotironina) e do T4 (Tetraiodotironina ou tiroxina). Estes hormônios são estimulantes do metabolismo. Também prpduz a tireocalcitonina.
Paratiŕeóides. Seu hormônio é o paratormônio (regulador do metabolismo do cálcio).
Ad-renais ou supra-renais.
1-O seu córtex produz: Mineralocorticóides (aldosterona e outros). Atuam na reabsorção tubular de Na+, CI- e K+;
Glicocorticóides (cortisol e outros). Atuam no metabolismo dos açúcares;
Androgênios (hormônios masculinos , que , por sua vez , de decompõem , dando alguns hormônios femininos). A região medular das ad-renais forma: Adrenalina ou epinefrina (mediador químico das sinapses nervosas).
-Células do estômago e do duodeno (células isoladas de secreção interna). No estômago é segregada:
Gastrina (desencadeia a produção de suco gástrico). No duodeno, formam-se:
-Secretina (estimula a produção e liberação do suco pancreático);
-Colecistocinina (estimula a contração da vesícula biliar);
-Enterogastrona (bloqueia a quantidade de glicose no sangue).
-Pâncreas. Seus hormônios são:
+Insulina (controla a quantidade de glicose no sangue);
+Glucagon (Aumenta a quantidade de glicose no sangue.
Testículos. Produzem:
Testosterona (promove a virilização do indivíduo).
Ovários . Produzem:
Estradiol (regula os ciclos menstruais e orienta os caracteres femininos);
Progesterona (regula os ciclos menstruais).
Os hormônios procedem habitualmente dentro de mecanismos de feedback. Num feedback negativo, o órgão alvo produz e lança na circulação uma substância que vai frear a produção do hormônios que o estimula. Portanto, o estimulado bloqueia o seu estimulante. As prostaglandinas são os hormônios produzidos por quase todos os tecidos, porém muito intensamente pelas vesículas seminais. Estimulam a contração da musculatura lisa, como a do útero , por exemplo. Em insetos , as mudas ou ecdises estão sujeitas à ação de um hormônio chamado ecdisona. A regulação da ecdisona depende dos hormônios cerebrais (estimulantes). Os hormônios juvenis impedem a metamorfose. Com a queda da sua produção, a larva pode transformar-se em pupa e esta evoluir para imago, ocorrendo , assim , a metamorfose. A muda e a metamorfose ocorrem simultaneamente.
Os vegetais produzem hormônios (fitormônios ) como as auxinas (atuam no crescimento das plantas e nas manifestações de tropismos), as giberelinas (atuam no crescimento e na floração), as citoninas (atuam no desenvolvimento e na regeneração), o ácido abscísico (bloqueador do desenvolvimento e regulador da queda das folhas ) , e o etileno (único hormônio gasoso, estimulante da maturação dos frutos).
Formação das Classes Sociais e Mudanças Sociais- Mercado de Trabalho e Condições de Vida
A partir da década de 1960, outras temáticas que envolviam as desigualdades sociais foram abordadas , com ênfase na análise das classes sociais existentes no Brasil. Assim se desenvolveram trabalhos que procuravam entender como ocorreu a formação do empresariado nacional, das classes médias , do operariado industrial e do proletariado rural. Outra tendência foi explicar e compreender como as classes sociedade brasileira - operariado, classes médias urbanos e burguesia industrial- participavam do processo de mudanças econômicas , sociais e políticas. Nas décadas seguintes (1970 e 1980) , a preocupação situou-se muito mais na análise das novas formas de participação, principalmente dos novos movimentos sociais e do novo sindicalismo. Buscava-se entender como os trabalhadores deserdados no Brasil organizavam-se para fazer valer seus direitos como cidadãos , mesmo que a maioria ainda estivesse vivendo miseravelmente . As análises ainda se baseavam nas classes sociais fundamentais da sociedade brasileira. No mesmo período e entrando na década de 1990, adicionou-se um novo componente na análise das desigualdades sociais: o foco sobre as questões relacionadas ao emprego e às condições de vida dos trabalhadores e pobres da cidade. Assim, passaram a ter primazia nas análises os temas: emprego e desemprego, mercado formal e informal de trabalho, estratégias de sobrevivência das famílias de baixa renda , mensuração da pobreza e linha de pobreza . A preocupação era conhecer a deterioração das condições de vida dos trabalhadores urbanos e das populações periféricas da cidade. A questão racial continuou presente e a questão das classes sociais permaneceu no foco, constatando-se a crescente subordinação do trabalho ao capital, tanto na cidade como no campo. A questão de gênero ganhou espaço, destacando principalmente a situação desigual das mulheres em relação à dos homens.
Teia Alimentar
Muitos animais têm alimentação variada , e outros servem de alimento a mais de uma espécie. Há também animais que , por se alimentarem de vegetais e de animais , não se prendem a um único nível trófico e podem ser consumidores primários, & secundários ou terciários. São os animais onívoros (omni= tudo; vorare= devorar), como o ser humano. Portanto, em uma comunidade há um conjunto de cadeias interligadas , que formam uma teia ou rede alimentar. Pode-se determinar o nível trófico de um animal observando seus hábitos alimentares. Nos ecossistemas terrestres os principais produtores são os vegetais . Nos aquáticos (rios , mares , lagos , etc.) , são as algas microscópicas , que formam o fitoplâncton (seres autotróficos que flutuam livremente na água). As algas servem de comida ao zooplâncton (conjunto de seres heterotróficos que também que também flutuam nas águas : protozoários pequenos invertebrados e larvas de moluscos , anelídeos , artrópodes , etc.) Entre os consumidores secundários há pequenos peixes , que são comidos por peixes maiores, por golfinhos e pelo ser humano (consumidores terciários). Em todos os ecossistemas os decompositores são formados por bactérias e fungos. Animais detritívoros são aqueles que se alimentam de matéria orgânica morta (folha que caem no solo, carcaças , fezes, etc.), como a minhoca. Os resíduos desses animais contêm matéria orgânica que será atacada pelos decompositores. Alguns autores incluem os decompositores . Alguns autores incluem os decompositores entre os detritívoros , mas , em geral , o termo decompositor é usado apenas para os organismos , como as bactérias e os fungos , que fazem a transformação completa da matéria orgânica em mineral ou inorgânica, isto é , em matéria para ser utilizada pelas plantas (água, gás carbônico e sais minerais ), portanto , os decompositores agem sobre os dejetos que os detritívoros eliminam e sobre o cadáver deles.
O Universo da Internet
A internet originou-se de um projeto militar dos Estados Unidos , na década de 1960. Naquele período , questionava-se como as autoridades estadunidenses poderiam comunicar-se caso houvesse uma guerra nuclear. Se isso acontecesse , toda a rede de comunicações poderia ser destruída e haveria necessidade de um sistema de comunicação sem controle central, baseado numa rede em que a informação circularia sem uma autoridade única. Assim nasceu um sistema no qual as informações são geradas em muitos pontos e não ficam armazenadas num único lugar, mas em todos os pontos de contato possíveis. Estes , por sua vez , podem gerar informações independentes, de tal modo que , e fossem destruídos um ou mais pontos , os outros continuariam retendo e gerando informações independentes. Posteriormente , esse modelo foi utilizado para colocar em contato pesquisadores de diferentes universidades e acabou se expandindo até atingir a maioria dos lugares. Hoje , a internet é o espaço onde há mais liberdade de produção, veiculação de mensagens , notícias , cultura e tudo o que possa ser transmitido por esse sistema. É um meio de comunicação em que se utilizam a palavra escrita ou falada , as imagens , a música e outras tentas formas de comunicação , com muita rapidez e para todos na rede. Existe , é verdade , um vocabulário restrito e mínimo para se comunicar (conversa por escrito ), o que empobrece muito a linguagem escrita , além de uma série de ícones que indicam se a pessoa está alegre , triste , nervosa , o que reduz a capacidade de expressar verbalmente esses sentimentos. Essa nova tecnologia de informação oferece possibilidades quase infinitas de pesquisa. É fato que há dados demais para a capacidade humana de processamento , mas , se você tiver o mínimo conhecimento do funcionamento da internet e seus instrumentos , poderá obter excelentes informações e com uma diversidade nunca imaginada. Portanto, dependendo de como é utilizada, a internet pode empobrecer a capacidade de pensar ou ser um instrumento para a obtenção de conhecimento. Nessa grande rede , encontram-se muitas versões de um mesmo fato, cabendo a nós descobrir bons sites e profissionais que mostrem ângulos diversos de determinado fenômeno.
O Que Caracteriza Nossa Cultura?
Na América portuguesa , no século XVI , as culturas indígenas e africanas, apesar da presença marcante , não eram reconhecidas pelos colonizadores e expressavam-se à margem da sociedade que se constituía sob o domínio lusitano. Tal sociedade tinha como principal referência a cultura europeia , que procurava imitar. Nas palavras do sociólogo Antônio Candido, em publicação de 1968 , "imitar , para nós, foi integrar , foi nos incorporarmos à cultura ocidental , da qual a nossa era um débil ramo em crescimento. Foi igualmente manifestar a tendência constante de nossa cultura , que sempre tomou os valores europeus como meta e modelo". No entanto , se o Ocidente e , depois , o Oriente nos forneceram elementos essenciais para a construção de uma cultura difusa, esta não pode ser compreendida sem suas raízes indígenas e africanas que impregnaram nosso cotidiano , desde a comida , a vestimenta e a habitação até a dança , a pintura e a música. Se ficarmos apenas com a música brasileira , encontraremos uma variedade imensa de ritmos , que são puros ou misturados , cópias ou (re)elaborações constantes , invenções e inovações , com os mais diversos instrumentos , sejam eles extremamente simples e artesanais , sejam sofisticados e eletrônicos . Para eles extremamente simples e artesanais , sejam sofisticados e eletrônicos. Para citar alguns ritmos , temos o lundu , a modinha , o choro , o maxixe , o samba ( e suas vertentes , como samba-canção, samba-exaltação, samba de carnaval". A marcha, o frevo , o baião , a valsa , a valsinha , o acalanto , a lambada , o pagode , o samba-reggae, o axé music, o tchê music , o mangue bit , a cantiga infantil , a música clássica , a ópera , a música contemporânea , além de ritmos estrangeiros como rock , blues , jazz , rap , fox, bolero e tango. Lembrando que a cultura é o resultado de um trabalho, é uma obra , pode-se observar que o trabalho cultural brasileiro é desenvolvido tanto por músicos analfabetos , sem nenhuma formação musical, como por pessoas com formação clássica , conhecidos ou anônimos. A produção musical brasileira tem traços de origem marcadamente africana , indígena , sertaneja e europeia (sem classificar o que é mais ou menos importante , simples ou complexo). Ela é fruto do trabalho de milhares de pessoas. Ainda que se possa afirmar que alguns ritmos são marcadamente brasileiros , como o maxixe , o chorinho, o frevo ou o samba , nenhum deles é "puramente brasileiro", pois as influências recebidas são as mais variadas possíveis, desde a música medieval até a contemporânea. Genuínas mesmo são as músicas , as danças e a arte plumária ou a cerâmica dos povos indígenas. As demais manifestações culturais são fusões , hibridações , criações de uma vasta e longa herança de muitas culturas. Talvez seja essa a característica que podemos chamar de "brasileira".
Está Tudo Dominado?
Várias críticas foram feitas à ideia de que a indústria cultural estaria destruindo nossa capacidade de discernimento. Uma delas foi formulada por Walter Benjamim (1886-1940) , um companheiro de trabalho de Theodor Adorno. Benjamim achava que não era preciso ser tão radical na análise e que a indústria cultural poderia ajudar a desenvolver o conhecimento , pois levaria a arte e a cultura a um número maior de pessoas. Ele declarava que, anteriormente, as obras de arte estavam a serviço de um grupo pequeno de pessoas , de uma classe privilegiada. Com as novas técnicas de reprodução - como a fotografia e o cinema- essas obras poderiam ser difundidas entre outras classes sociais, contribuindo para a emancipação da arte de seu papel ritualístico. A imagem em uma pintura , que tinha unidade e duração, foi substituída pela fotografia, que pode ser reproduzida indefinidamente. Mas Benjamim não era ingênuo ao afirmar isso: analisava a questão com mais abertura , sem perder a consciência de que o capitalismo utilizava as novas técnicas a seu favor. Que a ideologia dominante está presente em todos os produtos da indústria cultural é evidente , mas não se pode dizer que exista uma manipulação cultural integral e avassaladora , pois isso significa declarar que os indivíduos não pensam e apenas absorvem e reproduzem automaticamente o que recebem. É verdade que muitos indivíduos tendem a reproduzir o que vem na televisão ou leem nas revistas semanais de informação , mas a maioria seleciona o que recebe , filtra e reelabora a informação; além disso , nem todos recebem as mesmas informações. As relações sociais cotidianas são muito diversas e envolvem laços de parentesco , de vizinhança , de amizade . Formam uma rede de informação mesclando várias fontes. Pesquisando a ação da indústria cultural percebe-se que os indivíduos não aceitam pacificamente tudo o que lhes é imposto. Exemplo disso é a dificuldade que essa indústria tem de convencer as pessoas , evidenciada pela necessidade de inventar e reinventar constantemente campanhas publicitárias. Numa perspectiva de enfrentamento ou de resistência, pode-se pensar, conforme Antonio Gramsci, na possibilidade de haver um processo de contra-hegemonia , mesmo que pequeno , que ocorre dentro e fora da indústria cultural. Nas empresas há trabalhadores que desenvolvem suas atividades nos meios de comunicação e que procuram apresentar críticas ao que se faz na indústria cultural. Fora dessas empresas, há intelectuais que, individualmente ou em organizações , criticam o que se faz na televisão , no cinema e em todas as éreas culturais. Outros procuram criar canais alternativos de informações sobre o que acontece no mundo, desenvolver produções culturais não massificados ou manter canais de informação e crítica constantes em sites e blogs na internet. Não se pode esquecer também dos movimentos culturais de milhares de pequenos grupos do mundo que desenvolvem produções culturais específicas de seus povos e grupos de origem.
Assinar:
Postagens (Atom)
A Importância de Reciclar O Alumínio
Atualmente , milhões de toneladas de alumínio são gastas no mundo inteiro para fabricar recipientes ("latas") de refrigeran...
-
Certos musgos, especialmente do gênero Sphagnum, formam amplos depósitos de matéria vegetal parcialmente decomposta chamados turfas. Os m...
-
Quando se analisa a modernização da agricultura, é comum que se pense apenas na modernização das técnicas - substituição de trabalhado...
-
Um problema de monoibridismo considera apenas uma característica. Em certos casos, é fornecido o genótipo dos pais em relação a dete...