A Grande Guerra, na Europa, ajudou a acelerar o processo industrial brasileiro. Os lucros do café e a necessidades de substituir as importações proporcionaram certo impulso ao desenvolvimento da indústria. Cafeicultores , diversificando seus interesses, e imigrantes que chegavam ao Brasil com capital , aos poucos, tornaram-se a base da classe industrial emergente. Como a metrópole do café, situada em uma região , cruzando ferrovias, São Paulo foi a cidade que mais cresceu no período. Durante os anos 1929, as indústrias paulistas superaram, numericamente, as da capital federal. Novos bairros, bondes, luz elétrica e outras melhorias passaram a fazer parte do cotidiano da cidade, que , com uma forte presença de imigrantes europeus, virou um importante centro cosmopolita. Nas primeiras décadas do século XX , o Brasil atraiu inúmeros investimento externos, em especial, dos americanos. Os interesses , porém, não se limitaram às ferrovias, indústrias de Borracha, etc. Fundações como a Rockfeller participaram ativa mente da formação de profissionais da saúde, como enfermeiras e pesquisadores sanitaristas. Tal como processo de industrialização europeu, o estabelecimento das relações de trabalho no Brasil gerou tensões entre os operários , submetidos a condições precárias, e os novos empresários. Convenções internacionais, como a jornada de oito horas diárias e a proibição do trabalho de menores de 14 anos e do trabalho noturno de menores de 18 anos, não eram respeitadas. Gradativamente, os operários foram se organizando , sob a influencia do anarquismo, do sindicalismo - trazidos por imigrantes- e da doutrina social da Igreja. Além de pressionar por melhores condições de trabalho no estabelecimento de escolas populares e caixas de ajuda mútua. A insalubridade de muitas fábricas, os baixos salários e, primacialmente, a falta de leis sociais e trabalhistas ocasionaram as primeiras greves de trabalhadores. Entre 1917 e 1980, eclodiram paralisações envolvendo várias categorias. Com exceção de algumas administrações mais paternalista, em geral , os industriais se mantinham intransigente às reivindicações operárias e tratavam as greves como caso de polícia. Em 1921, uma lei com o intuito de reprimir os movimentos grevistas e a influência anarquista foi aprovada, fazendo com que muitas lideranças operárias imigrantes fossem presas e reportadas aos seus países de origem. Paulatinamente, os empresários também se organizaram como classe social para intervir em favor de seus interesses. Destacou-se, nesse sentido, a criação do Centro de Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP), que , dois anos depois , tornou-se Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP). Ao menos no plano legislativo, a pressão operária surtiu algum efeito. A chamada "questão social" foi inserida na pauta governamental. Em 1925, aprovou-se a Lei de Férias, garantido aos trabalhadores o descanso anual de 15 dias. O Código do Trabalho do Menor, aprovado em 1926, vetava o trabalho de quem tivesse menos de 14 anos. Contudo, pela ausência de fiscalização, a legislação nem sempre era cumprida. Durante a década de 1920, no Brasil, viram-se reflexos da grande polarização política, que, primacialmente após a Revolução Russa, se estabeleceu em diversos países. Diante da crescente reivindicação social e da organização mundial dos partidos de esquerda, em 1922, surgiu o Partido Comunista Brasileiro, reunindo, gradativamente, parte do movimento operário. Desde cedo, porém, o Partido foi colocado na ilegalidade e sofreu uma forte repressão. Ainda assim, em 1927, conseguiu organizar o Bloco Operário-Camponês (BOC) e participar das eleições de maneira mais efetiva , elegendo alguns parlamentares na capital federal. Embora, nesse período, o Brasil ainda pudesse ser considerado um país especialmente rural e agrário, as agitações da década de 1920 sinalizavam que os processos de industrialização e urbanização se aceleravam. Muitos trabalhadores da Região Nordeste e de Minas Gerais deram início a um movimento de êxodo rural, dirigindo-se , especialmente, para as cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro. De Norte a Sul, as cidades cresceram e passaram a contar com reformas urbanas. Todavia, a médio prazo, não foi possível solucionar os problemas de infraestrutura , causados pela aglomeração de pessoas. As desigualdades regionais aumentaram . A industrialização era mais forte no Sudeste. O Sul, aos poucos, foi se integrando , com uma produção voltada ao mercado interno. Já o Norte e o Nordeste, com uma economia regionalizada, tiveram maiores dificuldades de participação no mercado nacional.
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