Observou-se que, em alguns casos particulares de pleiotropia , a atividade de um par de genes determina duas ou mais características hereditárias , das quais uma constitui-se em causa condicionante da morte do indivíduo. Assim, o gene ocasiona , pela sua atuação , a morte do seu portador. Não importa a idade em que a morte ocorra. Mas ela será inevitável em face daquele genótipo. Tais genes são chamados de genes letais. Já no início deste século, Cuenot relatava que havia observado , em cruzamentos de ratos amarelos com outros iguais , que a prole resultante se distribuída em amarelos e pretos numa proporção de 2 : 1 e não de 3 : 1, como se poderia esperar num monoibridismo simples com dominância , pelas regras da genética mendelianna . Por cruzamentos de ratos amarelos com ratos pretos , ele pôde chegar à conclusão de que o gene para amarelo era dominante e que todos os ratos amarelos cruzados eram heterozigóticos. Desse modo, nunca se obtinham amarelos puros (homozigóticos). Foi possível , então, descobrir que, de fato, todos os amarelos puros morriam ainda no ventre materno. Só nasciam , portanto, os heterozigóticos. A conclusão veio mostrar que o gene para amarelo é dominante em relação à cor , mas é recessivo quanto à letalidade. Assim, nos heterozigóticos ele não determina a morte . Mas o faz nos homozigóticos. Mas nem todo gene letal é pleiotrópico. Na espécie humana , conhecem-se várias doenças mortais e incuráveis determinadas pela atividade de genes letais. A coréia de Huntington é um exemplo. Ela costuma manifestar-se após os 30 anos de idade. Mas os seus sintomas de degeneração nervosa , com tremores generalizados e sinais de deterioração mental , depois que se instalam são progressivos e irreversíveis. Como ela se manifesta um tanto tardiamente, os seus portadores habitualmente casam-se e transmitem o gene aos seus descendentes , contribuindo para a disseminação da doença. O gene que condiciona a coréia de Huntington é autossômico dominante. Já na idiotia amaurótica (demência , cegueira progressiva e morte), que se manifesta na infância ou na adolescência , o gene condicionante é recessivo. O xeroderma é outra manifestação de gene letal (alteração pigmentar da pele que inexoravelmente degenera em câncer cutâneo), mas é determinado pela ação de um gene recessivo heterocromossômico, isto é , localizado numa região homóloga dos cromossomos X e Y. Mas , se o gene letal provoca sempre a morte do seu portador , o mesmo não ocorre com o gene subletal, que nem sempre determina a morte do indivíduo , pois , em muitos destes ele pode revelar expressividade reduzida. Na epilóia, por exemplo, há um gene autossômico dominante que determina lesões nervosas e cerebrais , com morte em baixa idade . No entanto, alguns portadores desse gene revelam uma forma branda da doença , compatível com vida longa e com capacidade de reprodução (expressividade reduzida no fenótipo).
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